Duas décadas se passaram desde que um grupo de jovens cheios de expectativas ingressou na primeira turma de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (31), parte dessa história foi revivida em um reencontro marcado por abraços, emoção e uma simbólica reinauguração da placa da turma na universidade. A iniciativa de reunir os ex-alunos surgiu do grupo de WhatsApp mantido há anos pelos formandos. “Na comemoração de 10 anos não conseguimos nos reunir, mas agora deu certo. Organizamos tudo com antecedência e conseguimos reunir boa parte da turma”, conta Keila Roberta de Oliveira, uma das organizadoras do encontro. Ela tinha apenas 18 anos quando ingressou no curso. Hoje, aos 44, é professora da mesma universidade em que estudou. Dos 23 que se formaram, 19 estiveram presentes. Alguns deles, viajaram longas distâncias, saindo de estados como Mato Grosso, Rondônia e até Brasília, exclusivamente para a celebração. “Quando falaram do encontro, eu nem hesitei. É um marco importante, não só para nós como grupo, mas também para a nossa profissão”, diz Lígia Viceiros, que veio de Brasília para reencontro em Campo Grande. Atualmente ela mora na Capital Federal há 15 anos. Nos anos 2000, Engenharia Ambiental ainda era um campo novo e desconhecido. Para os alunos, entrar no novo curso foi uma aposta. “Quando entramos, ninguém sabia ao certo o que um engenheiro ambiental faria”, lembra Keila. “Uns achavam que era algo mais voltado para biologia, outros viam como uma engenharia tradicional. Foi uma aventura”, completa. Além das incertezas, havia também desafios práticos. “Não tínhamos um bloco específico, então tínhamos aulas espalhadas pelo campus. Num dia, estávamos do outro lado do Lago do Amor; no outro, perto do monumento do paliteiro. Tudo foi se ajeitando com o tempo”, recorda Keila. Para o professor Amilton Pavão, que lecionava para a turma e até hoje dá aulas na UFMS, a experiência foi inesquecível. “Era um grupo entusiasmado. Meio ambiente não era um tema tão discutido na época, então fomos criando essa cultura juntos”, diz. Vinte anos depois, ver aqueles jovens formados, atuando na área e alguns até se tornando professores, é motivo de orgulho para Amilton. “A gente vê que contribuiu para algo maior. Isso emociona”, afirma. Além da conexão profissional, algumas relações criadas na universidade seguiram firmes na vida pessoal. Daniel Acosta e Adrienne da Costa são prova disso. Começaram a namorar ainda no ensino médio e entraram juntos na Engenharia Ambiental. “Fizemos o curso lado a lado “, lembra Daniel. Hoje, casados e atuando na área, ele no setor privado e ela no público, relembram as dificuldades e as risadas do início. “Na época, éramos uma espécia de cobaias do curso porque ninguém sabia ao certo como seria”, brinca ela. “Os professores ainda estavam ajustando a grade curricular, tentando adaptar o conteúdo para nossa realidade”, explica. As viagens acadêmicas também deixaram lembranças. “Fomos para Corumbá, Dourados… Dormimos em alojamentos improvisados, compartilhando beliches, contando histórias até tarde. Tudo virava risada”, conta Daniel. “E mesmo depois de tanto tempo, parece que foi ontem”, finaliza. Entre abraços e discursos emocionados, o encontro de alunos e professores contou com a reinauguração da placa da turma na universidade. “É emocionante ver que todos estão bem, que construíram carreiras sólidas e que nossa amizade continua intacta”, diz Lígia. O sentimento entre os engenheiros foi de orgulho pela trajetória percorrida e gratidão pelo vínculo que permaneceu. “Nossa turma tem um legado. E esse reencontro só reforça que valeu a pena”, resume Keila. No encontro, os engenheiros também homenagearam Lissandra, uma colega que partiu há alguns anos. E entre momentos de fotos e atualizações sobre a vida, ficou a promessa: não esperar mais uma década para o próximo reencontro. Siga o Lado B no WhatsApp , um canal para quebrar a rotina do jornalismo de MS! Clique aqui para acessar o canal do Lado B e siga nossas redes sociais .