De São José do Rio Preto (SP), a comerciante Luciana Gomes, de 46 anos, foi outra turista atacada por um peixe tambaqui na Praia da Figueira, no dia 24 de janeiro deste ano, em Bonito, a 297 quilômetros de Campo Grande. “Não volto nunca mais”, destacou. Ela levou nove pontos em dois dedos da mão direita, sentiu muita dor e ficou sete dias impossibilitada de trabalhar. A prefeitura da cidade acionou o Governo do Estado após registrar, de janeiro a março deste ano, 29 incidentes no hospital envolvendo turistas em atrativos. Desse número, 20 ocorreram na Praia da Figueira. Do total, 11 envolveram mordidas de peixes da espécie tambaqui, sendo cinco casos de amputação de dedos e os demais de sutura. Luciana contou que passava as férias com a família, havia acabado de chegar ao local e brincava com os filhos de 8 e 12 anos no bar molhado. De repente o peixe grudou em seu dedo, mordeu e ficou pendurado. “Levantei o braço, chacoalhei a mão e ele soltou. Começou a sair muito sangue, saí correndo e pedindo socorro”, lamentou. Segundo a comerciante, só havia um rapaz responsável por prestar socorro. “Ele colocou esparadrapo e me mandou procurar o hospital da cidade. Questionei se havia ambulância, e ele disse que era melhor pegar meu carro e ir, porque não tinha ambulância para me levar. Nem a localização me deram. Fui com o meu carro e, chegando lá, levei nove pontos”, contou. A comerciante afirmou ainda que achou um absurdo o empreendimento não ter placas indicando perigo e alertando que os peixes atacavam. “Estava com crianças, graças a Deus não atacaram meus filhos”, pontuou. No hospital, de acordo com Luciana, a médica comentou que há ataques frequentes na Praia da Figueira, já havia mandado notificar o empreendimento, mas ninguém tomou providências. Luciana completa que sua experiência em Bonito foi terrível e que nunca mais pretende voltar à cidade. Era a primeira vez que conhecia o município. “Bonito, que era para ser bonito, ficou terrível. O estabelecimento não me respondeu [sobre o incidente], mandei vários e-mails. Só estão pensando em lucrar. Espero que a prefeitura tome providências. Até quando os peixes vão continuar atacando e amputando os dedos dos turistas?”, lamentou. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) determinou que a lagoa artificial permaneça interditada e exigiu a instalação de barreiras físicas e educativas para impedir o acesso dos visitantes à água. A decisão veio após a revogação parcial da suspensão da Licença de Operação do empreendimento, permitindo a retomada das atividades terrestres que não envolvam a lagoa. A administração da Praia da Figueira informou que a lagoa foi fechada na última quarta-feira (26) para manutenção, mas que o restante do empreendimento foi liberado para funcionamento. Mesmo com a interdição da principal atração, o valor dos passeios segue inalterado. O Imasul reforçou que seguirá monitorando o cumprimento das exigências para garantir a segurança dos visitantes e a preservação ambiental. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .