Cerca de 50 entregadores realizaram uma motociata na manhã desta segunda-feira (31) em Campo Grande, para reivindicar melhores condições de trabalho nos serviços de delivery dos principais aplicativos em operação, como iFood, Uber Flash e 99 Entrega. A concentração ocorreu na Avenida Joaquim Dornelas, no Bairro Amambaí. De lá, seguiram pela Avenida Afonso Pena até a Praça do Rádio Clube. Duas viaturas da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) acompanharam o protesto. Essa foi a primeira de quatro motociatas programadas para ocorrer em quase 60 cidades de todas as regiões do Brasil. A próxima está marcada para as 19h, e amanhã haverá mais duas, às 9h30 e às 19h, com o mesmo percurso. Os organizadores do “breque dos apps” alegam precarização do trabalho e pedem aumento da remuneração dos entregadores. Segundo Fábio Carvalho, de 28 anos, motoentregador há seis anos, a categoria quer que o aplicativo aumente a taxa de R$ 1,50 para R$ 2,50 por quilômetro percorrido. “Não tem sindicato em Campo Grande, a negociação é feita em São Paulo”, disse. Ele comentou ainda que, nesta manhã, por causa da paralisação, as taxas ficaram mais altas, pois muitos motoentregadores aderiram ao protesto. Quem não foi para a rua ficou em casa em sinal de manifestação. “O aplicativo vai sentir o breque. Já são três anos sem nenhum reajuste. Quando chove, por exemplo, a tarifa aumenta, mas chega, no máximo, a R$ 3”, destacou. Uma das lideranças do movimento, Luciano Quintana, de 45 anos, ressaltou que houve reajustes no valor do combustível, das peças de motocicleta, da cesta básica e do salário mínimo, mas a tarifa do aplicativo continua a mesma. “A gente precisa de mais reconhecimento para continuar com o nosso trabalho honesto. O iFood promete muitas coisas, mas, como Campo Grande é uma capital pequena, o aplicativo acaba se preocupando com as cidades maiores. Por isso essa paralisação é nacional”, afirmou. Ele lembrou ainda que o aplicativo não oferece suporte em caso de problemas mecânicos. “A gente manda a foto do acidente durante a entrega, e eles ainda descontam do seu pagamento. Não ajudam com manutenção. Precisamos de um olhar para essa galera que dá a vida pelos aplicativos”, pontuou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .