Novas árvores fecharão janelas que acabaram se formando nos corredores de sombras que as figueiras centenárias fazem na Avenida Mato Grosso e na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. Entre o ano passado e este, três delas tiveram que ser removidas porque adoeceram: duas na Mato Grosso e uma na Afonso Pena. Elas serão substituídas por novas da mesma espécie, segundo falou nesta semana Orsival Simões Junior, o chefe do setor de Arborização da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável). “Já estão disponíveis nos viveiros. São árvores que têm mais de 3 metros de altura”, disse. As substitutas têm tamanho e condições de serem replantadas no mesmo local onde as três foram removidas. Só que ainda falta escavar a terra e retirar todas as raízes restantes das árvores removidas. A espécie é conhecida pelo enraizamento profundo. A Semades ainda não tem previsão da data em que o replantio será feito. A expectativa é que seja numa data temática como o Dia da Árvore. Saúde das figueiras – Simões Junior explicou que as figueiras começaram a receber tratamento especial em 2017, quando técnicos identificaram que a mosca-branca estava ameaçando sua saúde. “O inseto vai sugando a seiva da árvore, vai secando as folhas e a árvore chega à senescência, chega a morrer”, explica. A estratégia tem sido pulverizar óleo de Neem nas majestosas árvores. Esse produto é comprado pela prefeitura e aplicado por técnicos da Semades. O trabalho é coordenado pelo biólogo e arborista certificado pela International Society of Arboriculture (ISA), Gustavo Henrique Garcia, da Tree Way Arboricultura, de São Paulo. Uma aplicação é feita por ano, em média, na época de seca. Uma foi feita neste mês excepcionalmente, quando houve intervalo entre as chuvas, porque a do ano passado atrasou. O óleo de Neem é um produto concentrado, orgânico que é misturado à água para pulverização. São usados cerca de três baldes por sessão. Análise recente em laboratório mostrou que o solo está fértil e que o tratamento está surtindo efeito, de acordo com o chefe da Arborização. Quanto vão viver? – As figueiras de Campo Grande foram trazidas da Índia e plantadas na década de 1920 pelo primeiro juiz e ex-prefeito, Arlindo de Andrade Gomes. Orsival Simões Junior afirma que não se sabe por quanto tempo mais as centenárias vão viver. “Depende de qual é o habitat. Se ela tiver no habitat natural dela, ela vive 200 anos. Aqui com esse estresse urbano, podas, estrangulamento de raiz, veículos, poluição e um monte de coisas, a vida útil dessas árvores diminui bastante. É igual ao ser humano: se você leva uma vida regrada, você chega aos 80, 100 anos. Agora, se você leva uma vida completamente desregrada, vive menos”, detalha. O risco de queda é monitorado por auditores da Semades nos dois canteiros e no restante da cidade. Foram eles que apontaram a necessidade de remoção nas três centenárias, que já não tinham chance de recuperação. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Árvores removidas de corredores centenários de Campo Grande serão substituídas
