A crise financeira que vem suspendendo serviços essenciais na Santa Casa desde o início deste mês, foi discutida em reunião na Procuradoria-Geral de Justiça do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na tarde desta quinta-feira (27) entre representantes do hospital e das secretarias municipal e estadual de Saúde. Foram definidas como primeiras soluções: A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai assinar o 39º aditivo ao convênio que tem com o hospital, e acrescentar R$ 1 milhão aos repasses mensais; A SES (Secretaria Estadual de Saúde) vai depositar o total de R$ 25 milhões, retirados do Fundo Estadual de Saúde, em três parcelas de R$ 8,333.333,33 milhões, sendo a primeira delas até 20 de abril deste ano; A Santa Casa vai definir os pagamentos prioritários (medicamentos, materiais médicos, insumos, órteses, próteses, prestadores de serviço, etc.), com cronograma a ser apresentado em até 10 dias; A Santa Casa vai apresentar um plano de reestruturação montado pela Fundação Dom Cabral até 30 de abril de 2025; A Santa Casa vai encaminhar relatórios e balanços financeiros referentes aos exercícios de 2023 e 2024, até 30 de abril de 2025, às 32ª e 76ª Promotorias de Justiça de Campo Grande. Durante o encontro, representantes da SES mostraram um painel com dados das finanças estaduais, enquanto o hospital reforçou a necessidade de mais recursos financeiros para superar o momento crítico. As negociações vão continuar, segundo o MPMS. Da parte do órgão, estavam na reunião os promotores de Justiça Daniela Costa da Silva, Marcos Roberto Dietz e Daniela Cristina Guiotti, que também é coordenadora do Núcleo de Apoio às Promotorias da Saúde. Folha salarial – Uma das razões do colapso financeiro está ligada à folha de pagamento. O Campo Grande News apurou que houve crescimento de quase 100% do valor gasto na comparação entre dezembro de 2021 e o mesmo mês de 2024. O período é sobrecarregado pelo 13º salário, que “engoliu” 64,7% das receitas do hospital naquele ano. Já no ano passado, a folha de pagamento representou 74,9% de todas as entradas do último mês de 2024. As entradas totais em dezembro de 2024 (últimos dados disponíveis no portal da transparência do hospital) foram de R$ 56,5 milhões, sendo R$ 37,7 milhões de repasses públicos (Município, Estado e União) e mais R$ 18,8 milhões em empréstimos bancários ou resgate de investimentos. Os recursos do SUS (Sistema Único de Saúde), doações e plano de saúde próprio são chamados de entradas operacionais e são os principais. Já as entradas financeiras são bem variáveis. A reportagem também apurou que os repasses públicos ao hospital permaneceram praticamente inalterados entre 2021 e 2024, segundo dados do fluxo de caixa de dezembro de cada ano. Leia mais aqui . Cobrança na Justiça – A Santa Casa cobra judicialmente que a Prefeitura de Campo Grande repasse R$ 46 milhões que ficaram pendentes durante a pandemia de covid-19. Esta semana, o pedido foi acatado, com prazo de 48 horas para a transferência recorrer. Ontem, a Procuradoria Geral do Município recorreu alegando que o pagamento inviabilizaria todos os demais serviços públicos necessários à população, inclusive da Saúde. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Em crise, Santa Casa terá acréscimo de R$ 1 milhão e mais R$ 25 milhões de fundo
