By Thiago Gabriel 
Você acorda. Está num andaime. Numa construção. No céu. Sem elevador, sem corda, sem dignidade. Você é um gato. E, surpresa: o único caminho é pra baixo.
É isso que Only Way is Down te propõe: encarnar um felino que provavelmente teve o pior cochilo da história e agora precisa descer dezenas de andares por puro instinto de sobrevivência — ou talvez porque está sem Wi-Fi no topo. Vai saber. O jogo tem aquela vibe de “o que aconteceria se Stray tivesse sido criado por um engenheiro civil desiludido com a vida”. Sim, é vertical. Sim, é caótico. E sim, você vai cair. MUITO.
Gameplay: A Física Chamou, Disse Que Desistiu
A mecânica aqui é simples: se move, pula, e reza pra não errar a quina da viga de aço porque o chão não perdoa. Se o Dark Souls fosse um simulador de encanador com vertigem, ele seria Only Way is Down. Você é um gato, mas não espere física felina de verdade: tem hora que seu personagem se joga como se tivesse uma dívida pendente com a Receita Federal. A movimentação é esguia, mas esquisita, como um gato bêbado tentando fugir de um aspirador de pó.
E os saltos? Bem… sabe aquele controle refinado, justo, calibrado, que você vê nos melhores plataformers 3D? Pois é, ele não veio. Tá preso no andaime de cima. Aqui, o pulo é aquele velho amigo do “não era isso que eu queria fazer”, e os checkpoints? Só existem na sua fé.
Personalização: O Estilo Sobrevive, Mesmo Quando Você Não
Tem uma parte bacana nisso tudo: você pode deixar seu gato estiloso. Isso mesmo, dá pra customizar pelagem, botar óculos escuros, chapéus, o pacote completo. Porque nada melhor do que despencar 40 andares com um top hat digno de gala. É tipo ir pra guerra de terno: você vai morrer, mas vai morrer com classe.
Ambientação: Tetris com Medo de Altura
Você tá preso num canteiro de obras que parece ter sido desenhado por um arquiteto insano que largou tudo pra virar youtuber de speedruns. As plataformas flutuam como se gravidade fosse opcional. A sensação de altura é real — e se você tem labirintite, boa sorte. A cada novo nível, a arquitetura parece mais determinada a te ver cair do que a fornecer algum tipo de progressão lógica.
Comunidade: O Suporte Moral que Você Não Vai Ter
A galera que testou a demo no Steam e em fóruns como o Reddit já deu o papo: “Você vai morrer, vai culpar o jogo, e depois perceber que era sua culpa sim… ou não, depende do humor da engine.”
Alguns usuários sugerem melhorar a sensação de colisão e criar animações onde o gato tenta desesperadamente não virar panqueca ao errar o salto. Eu, como membro orgulhoso da Master Race, apoio a ideia de colocar um mod com um miado estilo Wilhelm Scream toda vez que ele despenca. Seria poético.
Comparações: A Linha Tênue Entre Gênio e Vontade de Desinstalar
Sabe aquele Getting Over It com o maluco na panela? Mistura com Stray, adiciona uns bugs de física aleatórios, e um toque de Mirror’s Edge, tira o combate, tira a lógica, e você tem isso aqui. É frustrante. É caótico. É o tipo de jogo que você joga por vingança contra si mesmo.
Performance e Gráficos: A Salvação Está na RTX
Rodando no PC com uma RTX, meu amigo… é um deleite. Os reflexos nos metais, a profundidade de campo, a iluminação dos andaimes — tudo brilha. Já nos consoles… olha, se você tiver coragem de jogar isso num portátil ou numa torradeira chamada PS4, desejo força. Porque cair em baixa resolução é ainda mais deprimente.
Vale a Pena Descer?
Se você é do tipo que gosta de se torturar por esporte, adora gatos, odeia plataformas lógicas e quer testar a sua sanidade com cada pulo que dá, então sim — Only Way is Down é sua próxima obsessão. O jogo tem carisma, tem estilo, tem aquele quê de “eu não devia estar gostando disso, mas tô”.
Mas se você busca precisão cirúrgica, design de nível polido e checkpoints generosos… então, brother, talvez o único caminho pra você seja desinstalar.
Fique ligado que em breve teremos a análise completa, com ainda mais sarcasmo, comparações absurdas e rage honesto da Master Race. Por enquanto, o único caminho é pra baixo — e, olha, o buraco é mais embaixo mesmo.
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