Sonho de infância, ‘Antonella’ é o Fusca impossível de não notar

É impossível não notar Antonella pelas ruas de Campo Grande. Um Fusca cor-de-rosa, com teto solar, cílios nos faróis, brilho por todos os lados e bancos revestidos com crochê. Um verdadeiro ícone ambulante, que arranca sorrisos, fotos e até propostas de compra. Mas a dona, Simone Herculano da Silva Moura, de 49 anos, já avisa: “Não tem dinheiro que pague um sonho”. E Antonella, antes de ser a diva das avenidas, era João. Sim, um Fusca branco, comum, que passou por uma verdadeira transição para se tornar a estrela que é hoje.  “Eu sempre quis ter um carro igual ao da Penélope Charmosa, desde criança. Quando tive um problema de saúde na pandemia, decidi que não ia partir sem realizar esse sonho. Vendi tudo de uma loja que eu tinha e investi na Antonella”, conta Simone. A transformação levou um ano e não foi fácil. Tudo começou com a busca pelo Fusca ideal. Pela internet, Simone encontrou um em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Fechado o negócio, começou a personalização. “Eu queria que fosse conversível, igual o da Penélope, mas sairia muito caro. Então, coloquei um teto solar. Só pra instalar, esperei três meses numa fila em São Paulo”, relembra. Detalhes cheios de brilho e afeto  – Cada parte da Antonella foi cuidadosamente planejada. O rosa foi escolha óbvia, mas a filha de Simone, Bruna, trouxe um toque extra: crochê nos bancos. “Ela viu um vídeo no TikTok de um Fusca todo de crochê e disse: ‘Mãe, o seu eu não vou forrar inteiro, mas o interior vai ficar bem fofo’. E ficou!” Os cílios nos faróis foram outra ideia de Bruna. E o brilho? Esse foi obra de Simone. Maçanetas, volante, placas, tudo ganhou um toque cintilante. “Eu quero emperiquitar mais. Já comprei um suporte de placa cheio de brilho. A Antonella tem mais acessórios que eu” brinca a dona. Nas ruas, a Antonella é um fenômeno. Crianças apontam encantadas, adultos pedem para tirar fotos, e até os homens – geralmente mais céticos com carros fofos – se rendem ao charme da Fusquinha. “Nos barzinhos, os caras sempre fazem comentários. Mas eu dirijo com orgulho. É difícil, porque Fusca não é tão molinho quanto carro moderno. Às vezes, esqueço onde é a buzina e me atrapalho toda”, confessa Simone. Dentro de casa, a Antonella também é disputada. Os filhos adoram e querem dirigir sempre que podem e as netas já tomaram posse  e dizem que o fusca é delas.”Meu filho de 21 anos sai com a Antonella direto. E a Bruna também”, conta. A cada volta na cidade, Simone recebe ofertas pelo carro. Mas é categórica em dizer que nem avalia as propostas. “Não tem valor, não tem dinheiro que pague um sonho. A Antonella é minha realização”, declara, orgulhosa. Siga o Lado B  no  WhatsApp , um canal para quebrar a rotina do jornalismo de MS! Clique aqui para acessar o canal do Lado B e siga nossas redes sociais .