Atleta, modelo e ativista PCD (pessoa com deficiência). É assim que Lucas Costa se identifica e, aos 32 anos, se tornou um exemplo para pessoas com Síndrome de Down, assim como para suas famílias. Em Campo Grande, ele e sua mãe, Eliete Costa Lucena, emocionaram ao dizerem e mostrarem que é, sim, possível conquistar o mundo. Do Rio de Janeiro, a dupla veio a Campo Grande a convite do grupo de mães “Sou T21” e, durante a visita, a mensagem foi de que independente da idade, o objetivo é ver todos brilharem. No caso de Lucas, além da Síndrome de Down, há alguns anos tem sido necessário enfrentar sequelas deixadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Hoje, a fala e a mobilidade se tornaram um pouco mais complicadas, mas nada disso impede o professor de Jiu-Jitsu de viver. “Eu sempre faço questão de dizer que nós, mães e famílias, temos que ter coragem de deixar nossos filhos enfrentarem o mundo. O Lucas tem sim algumas dificuldades, mas isso não faz com ele perca a independência e a autonomia que conquistou”, introduz Eliete. Na prática, a mãe explica que atua como uma intermediária para o filho em boa parte das situações, como foi no caso da entrevista. “Tanto eu quanto as outras pessoas que convivem com ele estão mais acostumadas a entender melhor. Então acabo sendo essa porta-voz”. E exemplificando a autonomia do filho, Eliete pontua que desde trabalhar até conseguir se divertir, tudo é feito pelo filho. Hoje, Lucas trabalha na secretaria de esporte no interior do Rio de Janeiro e ficou conhecido como “Mão de Aço” após uma luta. Feliz de conhecer Campo Grande, o atleta resumiu que estava “curtindo e aproveitando” a cidade, assim como as companhias. Lucas conversou com outras pessoas com a síndrome, passeou e teve tempo de conhecer o Bioparque Pantanal. Também disse que é faixa preta de Jiu Jitsu e, por isso, seu trabalho na secretaria é com a modalidade. Mas, apesar de todas as conquistas que vem sendo acumuladas há anos, parece que o mundo não segue o mesmo ritmo. Eliete comenta que conforme a idade passa, sente que os olhares preconceituosos contra o filho aumentam e que a vida social vai ficando mais complicada. O Lucas consegue fazer muita coisa por si mesmo, como ir ao cinema, comprar os ingressos e assistir os filmes. Mas vou te falar algo que é triste, os amigos não chamam para casamentos, formaturas e coisas do tipo. É como se ele não conseguisse participar desses momentos, apesar do desenvolvimento dele”. Mas, colocando as alegrias diárias à frente, a mãe conta que ver tantas pessoas entrando em contato através das redes sociais de Lucas tem sido uma vitória. “Eu sei que precisamos falar sobre a Síndrome de Down de uma forma muito básica. Algumas pessoas acreditam que existem níveis, não entendem realmente nem o básico da deficiência. Mas poder mostrar o cotidiano do Lucas, mostrar que ele tem uma vida e que ele consegue sim se divertir, trabalhar e estudar, é algo que nos dá orgulho”. E, para quem quiser acompanhar o jovem, seu perfil no Instagram é @lucasmaodeaco. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .