A família da travesti Dandara Alves Lemos, de 34 anos, que foi assassinada na tarde de ontem (22), numa cela do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), na Avenida Indianápolis, no Jardim Noroeste, diz que ainda não sabe ao certo o que aconteceu e ficou sabendo do fato por terceiros. Conforme a irmã, Camilly Rafaella, de 39 anos, há uma semana Dandara foi levada para o isolamento por falta disciplinar. Na sequência, as outras duas travestis de 37 e 28 anos foram encaminhadas para a mesma cela pelo mesmo motivo. “Por que colocaram as três juntas? Cada uma deveria estar numa cela disciplinar, disse. A irmã esclareceu que Dandara cumpria pena por roubo e não por homicídio, como foi noticiado anteriormente. “Ela foi inocentada pela morte [de Valério Encina], pois conseguiu provar, na Justiça, com imagens de que no momento do crime comemorava seu aniversário com a família e amigos”, contou Camilly. Segundo ela, a família está desolada e reclama que só ficou sabendo da morte de Dandara porque o familiar de um preso avisou. “A gente não recebeu informação do presídio. Só ficamos sabendo porque outras pessoas [parentes de presos] avisaram. Ontem, foi dia de visita, mas Dandara não podia receber ninguém, por causa do isolamento”, pontuou. Minha mãe só foi depois que avisaram da morte, mas lá não passaram nenhuma informação pra gente”, lamentou. O velório vai aconteceu amanhã, no Cemitério do Cruzeiro, das 8h às 10h. Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a família foi informada oficialmente pela equipe da penitenciária. Porém, como ontem era dia de visita, algum familiar de preso por ter avisado antes. Sobre o isolamento, o órgão esclareceu que a travesti estava com outros dois LGBTs, conforme manda o protocolo de segurança. Caso – Conforme boletim de ocorrência, registrado por homicídio qualificado, Dandara foi encontrada morta com pés e mãos amarrados, com uma toalha no pescoço. Na cela 3, do setor de disciplina, foram localizados objetos pontiagudos que em tese foram utilizados na luta com as outras duas travestis. Indagadas, as duas suspeitas pelo crime, disseram que tinham desavenças com Dandara. Elas afirmaram que as mãos e os pés da vítima foram amarrados após o óbito. Ainda segundo registro policial, levantamento inicial da perícia criminal mostrou que havia manchas no pescoço da vítima, sinal de morte por asfixia. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Família de travesti diz que ficou sabendo de morte em presídio por terceiros
