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Sob intervenção há 15 anos, Santa Casa de Corumbá anuncia 100 demissões

A Santa Casa de Corumbá (Hospital de Caridade), sob intervenção do município desde 2010, divulgou comunicado nesta quinta-feira (20), onde anuncia medidas administrativas para reestruturação dos serviços prestados à população e ajustes financeiros (corte de gastos), com a demissão de cerca de 100 funcionários e remanejamento de outros. Ao assumir a prefeitura, o prefeito Gabriel Alves de Oliveira, médico, já havia alertado para a situação caótica do único hospital da região, onde o quadro de pessoal esta superlotado e com pessoas sem qualificação ocupando cargos técnicos, além do desvio de funções – comprometendo, assim, o atendimento e as finanças da Santa Casa. Na primeira semana de fevereiro, o Governo do Estado e a prefeitura de Corumbá assinaram um acordo extrajudicial inédito com o Ministério Público Estadual, onde o governador Eduardo Riedel se comprometeu em construir um hospital regional na quarta maior cidade do Estado. O acordo findou uma ação civil pública, desde 2018, onde se discutia o destino da Santa Casa. Entre as cláusulas do acordo, o Estado assumiu o compromisso de garantir os repasses mensais do Fundo Estadual de Saúde ao município, no valor de R$ 1,445 milhão. O hospital ainda recebe R$ 1,2 milhão da prefeitura e R$ 1,272 milhão do SUS (Sistema Único de Saúde, totalizando R$ 3,9 milhões. No entanto, opera no vermelho em R$ 800 mil mensais, segundo último levantamento. Cabide de empregos O comunicado da nova junta interventora nomeada este ano, presidida pelo médico Rafael Vinagre Faro, não detalha as medidas que serão tomadas, justificando que se tratam de ajustes em conformidade com as legislações da vigilância sanitária, do Coren (Conselho Regional de Enfermagem) e de outras entidades reguladoras. No entanto, a reportagem apurou junto ao diretor-administrativo, Marcelo Munhoz, que a Santa Cruz está na UTI por má gestão e ingerência da administração do ex-prefeito Marcelo Iunes. O número de funcionários aumentou de 300, em 2020, para 525, enquanto a taxa de ocupação do hospital não é alta e levantamento preliminar indica que não está cumprindo as metas. Munhoz informou que o número de demissões deve chegar a 100, dos quais 20, das áreas de farmácia e enfermagem, já foram desligados por orientação dos conselhos regionais. “O Coren nos comunicou que havia número excedente de funcionários no setor, foram feitos alguns cortes e vamos levantar cada caso para ver quem realmente está produzindo”, disse ele. Uma auditoria em andamento fará um diagnóstico da “saúde” da Santa Casa, que é centenária. Já foi verificado, por exemplo, que além do aumento de funcionários, o hospital ainda vinha pagamento gratificações sem justificativas. “A grande questão é a gestão. Temos que ter muito cuidado em gerir o dinheiro público em detrimento do serviço prestado à população”, apontou o diretor.

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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