A família BOLZAN tem raízes de muitos anos no Squash, começaram no YPIRANGA e hoje o Diego controla a CAPITAL SQUASH em Brasília, seu irmão o Bruno está como treinador na ELASSE em Florianópolis.
Conheci o Diego no primeiro Sulamericano que fui em Lima/Peru, 2018. Ele nessa época já era treinador da Seleção Brasileira. Por ele passaram muitos atletas que representaram e representam o Brasil. Vamos sabe um pouco mais pelas palavras dele:
Você começou a jogar no YPIRANGA, Dizem que quem bebe a água de lá, vira bom jogador. Conta como foi esse começo e se acredita nessa lenda
Sim, esse clube é místico, sou da 1ª geração do CAY, junto com Gallego, Bruno Bolzan, e tiveram outros, que param de jogar mais cedo, teríamos mais outros bons jogadores despontados. Com certeza, a água de lá é batizada, clube de grandes jogadores, que tem como principal nosso craque Gui Melo.
Na época, entre 91/92 o CAY só tinha um quadra, ficávamos disputando elas com ou a adultos, rolava aquela “tretinha entre os moleques com os mais velhos” bem básica do CAY rsss, meu pai , Gilson Bolzan, virou diretor mesa época e conseguimos a tão esperada 2ª quadra, onde na inauguração vi e am vários grandes jogadores da época, foi animal aquele dia, me lembro como se fosse hj.
Daí pra frente o squash do Cay decolou, molecada pegou gosto e o resto é história…
Como é administrar uma academia em Brasília? Quais são os maiores desafios para divulgar e atrair jogadores?
Cara, administrar a Capital Squash Center é muito bom, sempre sonhei com isso, em poder ter minha academia.
Brasília é uma cidade relativamente pequena, com poucos lugares pra se praticar squash e a CSC é “muito grande” pra cidade, portanto atrair novos jogadores, tentar fazer com que cresça cada vez mais o número de praticantes não é tarefa fácil, mas seguimos firme e fortes no processo.
Sou suspeito para falar pois sou fã da sua estrutura, é a melhor do Brasil na minha opinião. Como foi o desafio de organizar um torneio enorme como o SULAMERICANO JUVENIL esse ano? Quais são seus planos para o próximo ano e da ideia de fazer uma etapa PSA?
Obrigado pelo elogio e gentileza de sempre com a CSC, organizar o Sula em 2024 foi fantástico, eu adoro uma bagunça, casa lotada, todo mundo junto.
Desafiador, bastante trabalho, muito detalhes, muita coisa ao mesmo tempo, jogos, estrutura, limpeza, ajuste do restaurante, Mkt, medalhas, abertura e premiação, convite para personalidades e por aí vai Mauricião, meu negócio é fazer grandes torneio, tenho paixão por isso. Tive o prazer e a honra de formar uma atleta desde os 7 anos, Clara Braga, que encerrou sua carreira juvenil em casa, na sua quadra, cara esse dia pra mim foi algo magnífico e memorável.
Agora em 2025 teremos mais um Sula na CSC, agora o Adulto, realizei outro em 2019, foi top, mas este vai ser mais, vou realizar uma etapa do amador junto pra galera poder vir jogar e sentir a vibe de estar jogando junto com nossa seleção.
Espero no 2º semestre realizar um PSA.
Como técnico da Seleção Brasileira já acompanhou os juvenis em muitos torneios internacionais, como vê a nossa diferença para com nossos países vizinhos. Porque estamos atrás da Colômbia e Argentina? Eles tem uma base maior? Melhores treinadores? Os atletas são mais dedicados e treinam mais?
Essa é difícil de responder hein, vamos lá, car as desde 2016 quando entrei pra seleção e puder viajar diversas vezes com juvenis, notei algumas coisas:
Não acho que os países tenham melhores treinadores que a gente, acho que temos muitos bons e muitos competentes.
O Brasil é muito grande e a distância é muito grande entre os estados, isso dificulta intercâmbios e a proximidades dos treinos. Acaba que no Brasil, os trabalhos são muito individualizados e com isso não padronizamos os treinamentos e desenvolvimentos, acaba que não conseguimos alavancar em massa, dependemos ainda e resultados individuais.
Estes países citados acima, da pra incluir Equador tbem, eles tem padronização de treinos, um local como sede de treinos, intercâmbios frequentes e com isso mais resultados e evolução.
Agora com o SQUASH sendo Olímpico o COB irá destinar uma verba que nunca tivemos à CBS. Que legado você deixaria para o Brasil?
Sim, teremos uma verba jamais recebida, porém este investimento do COB são para atletas de alto rendimento, são para os melhores da atualidade e possivelmente atletas sub 23.
Temos que continuar acreditando e fazendo nosso trabalho, uma hora vai dar certo, seguir sempre em frente e com disciplina que a hora sempre chega pra quem trabalha.
Porém precisamos estar sempre atentos na base, a fazer um trabalho mais padronizado e com metas.
Como disse em resposta anterior, o Brasil é muito grande, temos a dificuldade e intercâmbio entre os estados, mas porém, temos mais gente que os outros países, mais possibilidades de novos talentos, precisamos e trabalhar na direção certa.
Grande abraços e obrigado pela entrevista, a pergunta 1 mês fez voltar ao tempo, ter grandes memórias e me emocionar.
Tenho muito carinho por você sua família.
Mauricio Penteado
Fundador do SDA e criador da Escola do Squash
