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Possível fraude tenta anular leilão de imóvel no Jockey Club

Um possível caso de fraude e estelionato pode anular o leilão de um imóvel no bairro Jockey Club, em Campo Grande. O casal José Ferreira Filho e Márcia Vilela Furtado Ferreira arrematou a casa por R$ 336 mil, em maio de 2024, após o antigo proprietário, Matheus Brunet da Mota, não conseguir manter os pagamentos do financiamento. Agora, Matheus entrou na Justiça pedindo a anulação do leilão, alegando que não foi notificado corretamente pelo banco. No entanto, investigações indicam que ele pode ter sido usado como “laranja” na compra do imóvel, o que levou a Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários) a abrir um inquérito por estelionato e falsidade ideológica. A denúncia foi encaminhada ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pela família de José Ferreira, que, ao descobrir a ação judicial, passou a investigar a origem da compra do imóvel. Segundo o inquérito, Matheus relatou que, a convite do irmão de criação, emprestou seu nome para a compra da casa, que seria destinada a um terceiro – dono de uma garagem, cuja identidade não foi revelada. Em áudios anexados ao processo, ele afirma que não conhecia o imóvel e achava que se tratava de uma casa de baixo valor financiada pela Caixa Econômica Federal. O engenheiro civil Paulo Ferreira, filho de José, buscou contato com Matheus, que confirmou ter assinado apenas uma procuração para que o financiamento fosse feito em seu nome. Além disso, descobriu que Matheus não mora na casa, residindo atualmente em uma fazenda no interior de São Paulo. Já o atual morador do imóvel foi quem pagou as despesas processuais da ação de anulação do leilão. Ação para anular o leilão – Na ação judicial, o advogado de Matheus, Alysson Vieira Santos, argumenta que o banco não esgotou todas as tentativas de notificação antes de levar o imóvel a leilão. “O procedimento de execução extrajudicial não seguiu os ditames da Lei nº 9.514/97, devendo ser anulado ou convertido em perdas e danos”, defende a ação. Inicialmente, a Justiça concedeu decisão favorável a Matheus, impedindo o casal arrematante de tomar posse do imóvel. Agora, com os novos elementos apresentados pela defesa de José Ferreira, o caso está sob análise do juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 11ª Vara Cível. Posição do Bradesco – O Banco Bradesco, responsável pelo financiamento e pelo leilão, sustenta que tomou todas as medidas legais para intimar Matheus. “O contrato indicava endereços divergentes, e, diante disso, foi necessária a intimação por edital, conforme prevê a legislação”, argumenta a instituição nos autos. O banco ainda afirma que Matheus tinha a obrigação de manter seus dados atualizados e não pode usar a própria omissão para tentar anular o leilão. Defesa de Matheus contesta áudios – O advogado Alysson Vieira foi procurado pela reportagem e informou que enviará resposta sobre o caso. Nos autos, ele contesta os áudios anexados pela defesa do arrematante, alegando que foram gravados sem autorização, o que violaria os direitos de privacidade do cliente. Segundo ele, Matheus já voltou a morar em Campo Grande, e o banco poderia tê-lo localizado facilmente. “Se um terceiro encontrou meu cliente em Presidente Venceslau (SP), o banco também poderia ter feito o mesmo. Não foram esgotadas todas as tentativas de notificação”, argumenta. A reportagem entrou em contato com o Banco Bradesco, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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