O desembargador Fernando Paes de Campos, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), revogou a própria decisão anterior e determinou a prisão dos réus da Operação Malebolge, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), durante sessão de julgamento ocorrida nesta quinta-feira (20). Conforme apurou a reportagem, o magistrado determinou novamente o cumprimento da prisão preventiva de Ana Carla Benette, Celso Souza, Denise Rodrigues Medis, Douglas Geleilaite Breschigliari, Fabrício da Silva, Fernando Passos Fernandes, Izolito Amador Campagna Júnior, Jânia Alfaro Socorro, Luciana Mendes Carneiro, Mauro Meyer da Silva e Renato Franco do Nascimento. Todos os réus estavam em liberdade com monitoramento eletrônico por decisão do mesmo desembargador, em fevereiro. Os termos da nova decisão ainda não foram divulgados, e o advogado que representa um dos empresários investigados, Thiago Bunning, limitou-se a dizer que ainda não sabe como a determinação será aplicada. A operação foi deflagrada em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos para desarticular um esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas para a compra de uniformes e outros materiais. O pedido de prisão baseou-se em “indícios de participação em organização criminosa e na aparente continuidade das condutas ilícitas”, além da “necessidade de interrupção das atividades investigadas pelo Gaeco, considerando que os contratos objeto das supostas fraudes permanecem vigentes”, conforme consta na petição. A prisão preventiva havia sido revogada em fevereiro, e foram adotadas as seguintes medidas cautelares para os empresários: proibição de realizar novos contratos com o poder público; proibição de acesso ou contato com órgãos dos poderes Legislativo e Executivo de Água Clara e Rochedo; proibição de manter contato com os demais corréus; obrigação de comparecer a todos os atos do processo; obrigação de manter o juízo informado sobre eventual alteração de endereço; proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial; e cumprimento de outras condições eventualmente estabelecidas pelo juízo. O processo está em sigilo, e apenas algumas peças podem ser consultadas no site do TJMS. “Sacos do mal” – A Operação Malebolge foi deflagrada em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos para desarticular um esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas para a compra de uniformes e outros materiais. A investigação constatou a existência de uma organização criminosa operando em Água Clara e Rochedo, com núcleos distintos, mas interligados por um mesmo modus operandi. De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), no centro da fraude está um empresário que articulava o esquema, cooptando servidores públicos e contando com o apoio de outros empresários. Receba as principais notícias do Estado pelo celular . Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook , Instagram , TikTok e WhatsApp .