E aí, meus queridos adoradores de jogos ultrapassados e patches infinitos! Hoje temos uma daquelas estatísticas que fazem as grandes publishers repensarem suas decisões de enterrar jogos bons para lançar remakes meia boca: 92% do tempo dos jogadores de PC é gasto em jogos velhos. Ah, e agora somos 908 milhões de cabeças duras mantendo nossos clássicos vivos.
Quem trouxe esse dado foi Ben Porter, da Newzoo, que foi lá na GDC mostrar como o PC gaming continua crescendo sem precisar lançar um jogo novo a cada semana. Em 2023, éramos 873,5 milhões de jogadores, agora já passamos dos 907 milhões em 2024. Isso esmaga a galera dos consoles, que só conseguiu reunir 653 milhões de jogadores, ou seja, aquele clubinho premium onde você paga R$ 400 num jogo e torce pra não vir bugado.
E como nós, entusiastas da plataforma superior, gastamos nosso precioso tempo? A Newzoo destrinchou os números e, surpresa de zero pessoas, a gente praticamente ignora os lançamentos recentes. Olha só essa distribuição de tempo gasto pelos jogadores de PC:
- 67% do tempo vai para jogos com seis anos ou mais
- 25% do tempo fica nos jogos de dois a cinco anos
- Apenas 8% dos jogadores perdem tempo com essa “novidadezinha” chamada jogos recentes
Isso significa que, quando alguém gasta R$ 350 naquele AAA ultra revolucionário, o resto da galera já tá voltando pro CS:GO (ou CS2, sei lá, tudo é CS mesmo), pro bom e velho LoL, pro Dota 2, e até pro Roblox, que aparentemente virou um buraco negro que consome jogadores sem devolvê-los.
Falando nisso, a Newzoo ainda detalhou quais jogos velhos ainda dominam nossas almas:
- CS:GO / CS2 – 7.1%
- League of Legends – 6.4%
- Roblox – 6.2%
- Dota 2 – 5.8%
- Fortnite – 5.4%
Ah, e antes que alguém venha gritar no Twitter que CS2 é novo, lembra que ele basicamente é um CS:GO com Ray Tracing e bugs remodelados. Então sim, tá na categoria “jogos velhos que a gente finge que são novos”.
Por que diabos jogamos os mesmos jogos há anos?
Isso aqui explica muita coisa sobre o fascínio da indústria por jogos como serviço. Se um desses trecos der certo, vira uma impressora de dinheiro sem fim. Por que fazer um jogo novo se você pode só encher um antigo de skins, loot boxes e temporadas? O problema é que todo mundo quer fazer o próximo LoL, mas ninguém quer lançar outro ‘Battleborn’.
Mas além das empresas querendo te prender num loop de monetização, nós, PC gamers, temos um comportamento muito previsível:
- PC velho? Roda qualquer coisa antiga, então seguimos firmes no nosso MMORPG de 2012.
- Steam Sales? A gente pega jogo por R$ 10 e joga seis anos depois.
- Free-to-play? O que mais tem nessa lista aí é jogo grátis. Paga nada e joga pra sempre.
Ou seja, enquanto o jornalismo de games foca nos hipersofisticados lançamentos, a real é que o pessoal do PC tá igual aquela tia que só pede o mesmo prato no restaurante porque “é o que eu gosto”.
E sinceramente? Tá certo.
Se um jogo continua bom, com comunidade ativa e diversão garantida, por que eu gastaria R$ 300 num AAA que me dá 20 horas de gameplay e um final decepcionante?
Então sim, nós, os 908 milhões de heróis do PC, seguimos aqui, ignorando os gráficos absurdos, as campanhas de marketing megalomaníacas e os trailers enganosos. Preferimos fritar no mesmo jogo de sempre, com as mesmas estratégias, as mesmas brigas no chat e os mesmos problemas de balanceamento.
E francamente? Isso nunca vai mudar.
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