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Deputado quer que peixe seja consumido só no local onde foi pescado

  Em novo texto apresentado, o deputado estadual Neno Razuk (PL) reduziu de 29 espécies que defendia a proibição total da pesca por cinco anos para duas (dourado e a piracanjuba), mas por outro lado prevê que os peixes só podem ser consumidos nas cidades em que foram retirados dos rios. A condição atinge em cheio cidades como Campo Grande, que não tem rios. Pelo texto, embarque, o transporte, o armazenamento e a comercialização do pescado oriundos da pesca em rios do Estado de Mato Grosso do Sul passarão a seguir as novas regras, se aprovado e sancionado o texto, que atinge as pescas amadora, artesanal e profissional. As previsões da lei só não atingirão a pesca de subsistência dos indígenas, povos originários, ribeirinhos e quilombolas e nem a pesca, a comercialização e o transporte de iscas vivas. Após indicar as duas espécies que serão proibidas (o dourado já era e nova lei deve estender a proibição para que estudos sejam feitos sobre a preservação da espécie) o texto segue com a proibição de transporte do pescado para consumo em cidade diversa à em que está o rio em que foi retirado. O texto expõe que “fica autorizada a pesca, o embarque, o armazenamento e comercialização local, nos limites do município de origem do pescado, vedado o transporte intermunicipal até mesmo com nota fiscal”. Adiante, prevê que “nas cidades de Corumbá e Ladário, Aquidauana e Anastácio, Jardim e Guia Lopes, por especialmente, se comunicarem as áreas urbanas, será permitido o transporte intermunicipal, o embarque, o armazenamento e comercialização local.” Pela norma, na prática, nas cidades onde não há espécies como o pacu, pintado, surubim, piraputanga, as pessoas que quiserem consumir esse pescado terão que viajar até os locais de pesca. O parlamentar admitiu que este era o propósito dele, favorecer atividades turísticas, além da preservação dos recursos pesqueiros. Quando tramitou o projeto anterior, ele defendia que a pesca fosse completamente suspensa para a reprodução das espécies pensando na atração de pescadores aos rios do Estado lá adiante. A ideia mobilizou pescadores profissionais e houve muita reação, levando à reforma do texto e, agora, à apresentação da emenda substitutiva integral, diante de tantas alterações. O deputado segue defendendo a pesca somente amadora ou esportiva. O turista de pesca poderá consumir uma unidade no local em que retirar o peixe (barco, hotel, acampamento) ou mesmo levar embora, quando o estabelecimento em que a pessoa se encontre emitir uma nota fiscal para que o transporte seja regular. Pelo projeto, inclusive, as notas fiscais deverão conter uma série de detalhamentos para evitar fraudes no transporte do pescado. O texto prevê, ainda, um Programa Estadual para Recuperação de Rios, Nascentes e Córregos, para “limpeza, recomposição de matas nativas e drenagem dos rios assoreados do Estado” e programa para conscientizar produtores rurais sobre uso de agrotóxico e risco de poluição de cursos d’água. Outra alteração é a proibição de emissão de novas carteiras para pesca amadora e profissional. Por fim, no novo projeto, são elencadas infrações administrativas, uma vez que os crimes relacionados à pesca já são definidos em lei federal. Haverá multa entre R$ 3 mil e R$ 50 mil no caso de introdução irregular de espécies nos rios do Estado; de R$ 500 a R$ 2 mil para quem pescar sem carteira de pescador e de até R$ 100 mil por pesca predatória. Tramitação rápida – Esta manhã, o deputado conversava com colegas em busca de um acordo de lideranças para acelerar a tramitação.  Ele pretendia conseguir que amanhã mesmo entrasse em discussão na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação). Sobre o novo texto, Razuk disse acreditar que foi possível chegar a um consenso, “porque todas as partes estão sendo contempladas e vai haver uma preservação no nosso estado e com o tempo eu espero que a pesca profissional seja substituída pelo turismo, por outros empreendimentos.” ele lembrou que houve audiência pública, cobranças de pescadores, “foi uma audiência muito pesada, mas tiveram bons posicionamentos, onde a gente escutou cada categoria e buscou atender as reivindicações deles. Então, chegamos ao consenso, chegamos a uma composição e eu tenho certeza que agora esse projeto vai acontecer.”

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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