
O médico Fernando Cunha Lima, 81, membro de uma tradicional família política da Paraíba, foi preso nesta sexta-feira (8) em Paulista, Pernambuco, após passar meses foragido. O médico é acusado de abusar da própria sobrinha e de outras dezenas de crianças. Durante a fuga, Cunha Lima desfrutou de mordomias, hospedando-se em um resort de luxo, bebendo cerveja e aproveitando piscinas.
A prisão foi realizada por equipes da Polícia Civil da Paraíba, com apoio da Polícia Federal. Fernando Cunha Lima é parente do ex-governador Cássio Cunha Lima e de outros políticos influentes do estado.
A denúncia contra Cunha Lima causou grande repercussão na Paraíba, especialmente por sua ligação com uma das famílias mais influentes do estado. O caso gerou indignação e revolta entre a população.
Fuga com mordomias
Durante o período em que esteve foragido, o médico não enfrentou dificuldades financeiras ou de locomoção. Segundo a investigação, ele se hospedou em um resort, onde aproveitou a estrutura do local sem dar indícios de sua real situação. Testemunhas afirmam que ele foi visto consumindo bebidas alcoólicas, frequentando a piscina e levando uma vida normal, sem aparente preocupação com a Justiça.
O caso de Fernando Cunha Lima reacende o debate sobre a impunidade de criminosos ligados a famílias influentes no Brasil. Muitas entidades de proteção à infância cobram penas mais severas para casos de abuso sexual infantil e criticam o tempo que levou para a Justiça garantir a prisão do condenado.
A sociedade paraibana tem acompanhado o caso com indignação. Nas redes sociais, hashtags como #JustiçaParaAsCrianças e #CunhaLimaPreso ganharam destaque, com usuários exigindo justiça e criticando as mordomias desfrutadas pelo médico durante a fuga.
Organizações de direitos humanos também se manifestaram, destacando a importância de proteger as vítimas e garantir que casos como esse não se repitam. “É essencial que a Justiça seja rápida e eficiente, enviando uma mensagem clara de que crimes contra crianças não serão tolerados”, afirmou uma representante de uma ONG que atua na defesa dos direitos infantis.
Sobrinha se diz ‘aliviada’
Gabriela Cunha Lima, sobrinha do médico Fernando Cunha Lima, afirmou que se sente aliviada pela primeira vez em 42 anos. “Hoje é o primeiro dia em 42 anos, quase 43, que eu tenho paz”.
Após a mãe de um dos pacientes do médico denunciá-lo, em agosto de 2024, a sobrinha relatou que foi abusada pelo tio. Na época, não houve uma denúncia formal, mas o fato ocasionou um rompimento familiar.
A mulher conta que na infância a família tinha o costume de passar férias na casa de praia do médico, em João Pessoa. Em uma dessas ocasiões, ela foi chamada pelo pediatra e tio para ir até o quarto dele. Quando chegou no local, foi abusada pelo homem.
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