Reunindo todas as cacicas do contexto urbano de Campo Grande, este sábado (8), em homenagem ao Dia da Mulher, aconteceu um evento na Semu (Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher). Com roda de conversa e café da manhã, o encontro tratou sobre o protagonismo da mulher indígena. Para a ativista Val Eloy, membro da Anmiga (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), a data serve também para relembrar os feminicídios ocorridos contra três mulheres indígenas em Mato Grosso do Sul neste ano. “O estado de Mato Grosso do Sul está no ranking de mais violentos, e nós mulheres indígenas estamos dentro deste ranking. Precisamos, que de fato, o poder público, o executivo possam estar caminhando com a gente, entendendo as nossas especificidades”, disse Val. Ela destaca que os casos de violência contra a mulher indígena ainda são subnotificados. “Fica só naquela coisa de um ato, e depois acabou. Esquecem as nossas mulheres, as nossas vidas, os nossos sonhos. Hoje, estamos aqui por aquelas que se foram e por aquelas que virão. Se a gente não faz, ninguém vai fazer. Acredito que este seja um pontapé inicial e, para que ele continue, a gente precisa fortalecer”, finalizou. A artesã Maria Auxiliadora Bezerra, de 52 anos, explica que o evento traz voz para as mulheres indígenas. “Nos permite existir num contexto de Campo Grande, um contexto urbano. É a concretização de que a gente está incluído nesse cenário. Sou terena, moro na Marçal de Souza, mas minha terra de origem é Limão Verde, em Aquidauana”, comentou. Segundo a subsecretária da Semu, Angelica Fontanari, o evento começou com uma roda de conversa no auditório, seguida de um café da manhã coletivo, com exposição de artesanatos indígenas. “Essa ação é para falar que a secretaria também é delas e, mais do que o discurso, a gente prova na prática. Vieram todas as cacicas das aldeias urbanas. A prefeita e a vice-prefeita também vieram prestigiar”, afirmou. Angelica ainda destaca que este é o primeiro evento para mulheres indígenas que ocorre na secretaria. “É algo inédito. Conseguimos trazer as nossas irmãs, a comunidade indígena de Campo Grande, para mais perto”, finalizou a subsecretária. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .