Enquanto milhares de campo-grandenses se reúnem para curtir a ‘Festa da Carne’, grupos de evangélicos insistem em atos de evangelização no meio do Carnaval. No segundo dia do Bloco Capivara Blasé, religiosos voltaram à Esplanada Ferroviária, mas pesaram o clima dessa vez. Se em dias anteriores a tática usada foi oferta de oração e água, agora a estratégia foi abordar temas sensíveis, como morte, abuso sexual, depressão, suicídio, medo e drogas. Mas para muitos, eles foram longe demais… As intervenções aconteceram em pelo menos quatro pontos da Esplanada e reuniram cerca de 20 pessoas. Vestidos de preto e com expressões pesadas, parte dos missionários simularam histórias de sofrimento humano. Christian Aguilar, membro da organização missionária Jocum, explica o propósito da ação. “O que estamos fazendo é uma intervenção urbana para trazer conscientização . Nosso intuito é lembrar que existe um Deus que ama cada um, mesmo em meio à escuridão”, afirma. Ele reconhece que a abordagem pode assustar os foliões. “O pessoal vem para curtir e, quando se depara com algo assim, fica impactado, porque não é comum. Mas depois entendem o propósito”, defende. Religião e Carnaval: uma combinação possível? O Carnaval, por essência, não tem qualquer ligação com a fé cristã. A festa tem origem em celebrações pagãs e sempre foi um espaço de libertação, onde os excessos e as irreverências fazem parte da brincadeira. Ainda assim, nos últimos anos, tem sido cada vez mais comum ver grupos evangélicos marcando presença nesse cenário. Para os missionários, a intenção não é impor uma religião, mas oferecer uma mensagem de acolhimento. “Acredito que todo mundo tem um vazio dentro de si. A ideia é mostrar que esse vazio tem uma resposta”, relata. Apesar disso, até mesmo para quem estava pregando, estar no Carnaval poderia ser algo tentador. “A gente luta diariamente contra a nossa carne. Não estamos isentos de sentir vontade, mas preferimos negar os desejos e focar em levar uma mensagem de amor”, explica. Ainda assim, ele admite que a escolha de estar ali não é simples. “Claro que sentimos a tentação, mas conhecemos um Deus maior do que isso. Cada um tem sua dificuldade”, diz. Ele conta que conheceu a religião aos 14 anos e, desde então, nunca mais sentiu vontade de viver para si mesmo. “Meu encontro com Jesus foi tão real que não faz sentido eu estar aqui de outra forma, a não ser para falar do amor de Deus”, diz o jovem de 23 anos. Para os evangélicos, a missão segue independente da recepção dos foliões. “Nós fazemos ações em escolas, presídios, casas de reabilitação e onde tivermos a oportunidade de falar do amor de Deus. Se há pessoas no Carnaval que precisam ouvir essa mensagem, estaremos aqui”, garante Christian. Jéssica de Souza, de 26 anos, também fazia parte da ação e defendeu que o Carnaval é, sim, um espaço para evangelizar. “Aqui é onde as pessoas vêm buscar algo para se preencher. Mas será que encontram? Nós estamos trazendo aquilo que realmente pode preencher, que é Jesus”, reflete Jéssica. E você, o que achou da ação? Comente em nossas redes sociais Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .