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Com escola fechada, mães que trabalham reclamam: Por que Carnaval não é feriado?

Espetáculo que leva milhares de brasileiros às ruas, o Carnaval tem outra faceta para as mulheres que são mães, precisam trabalhar, mas não têm onde deixar os filhos. Dos dias três a cinco de março, as escolas municipais e estaduais não terão aula, e já têm mãe preocupada com a logística. Embora seja uma das festas mais populares do País, o Carnaval não é considerado feriado nacional, e sim ponto facultativo nas repartições públicas de Mato Grosso do Sul. No comércio da Capital, conforme a CDL-CG (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande), fica a critério dos empresários dar folga ou não.  No Centro, algumas das mulheres que trabalham no comércio são mães. É o caso Jemima Peres, de 33 anos, que tem uma filha de nove anos. A vendedora óptica comenta que esse Carnaval traz um desafio a mais para as mães. “Isso quebra as nossas pernas. É complicado a logística da mãe, porque nós temos que trabalhar e nos virar. O seguro é a escola, onde a gente confia”, afirma.  Por isso, Jemina opina que deveria ser decretado feriado nacional nos dias de Carnaval, defendendo o argumento de que as escolas suspendem as aulas. “Já tem os feriados prolongados e as férias de janeiro. Eu acho que o Carnaval dependeria do dia. Mas, se a gente tem que trabalhar porque eles não podem estudar?!”, diz.  Os filhos de Joelma Pedrosa de Oliveira, de 47 anos, não são mais crianças, porém a auxiliar de cozinha já passou apuros neste período de festas sem aulas. “Quando meus filhos eram pequenos eu tinha que pagar e, muitas vezes, as babás queriam cobrar a mais. Então, a mãe não tem opção”, fala. Na visão dela, os dias de folia dificultam a rotina dos pais que trabalham e precisam desembolsar dinheiro extra para que alguém cuide dos filhos. “Eu falo que atrapalha porque se a escola está em recesso e os pais têm que trabalhar, o filho fica com quem? Se as mães têm que deixar os filhos na creche, como fica? E se a mãe não tem condições de pagar uma pessoa nesse período em que está trabalhando?”, questiona. A auxiliar de cozinha defende que o Carnaval tinha que ser feriadão dando direito de todo mundo ficar em casa. “Porque se os filhos estão em casa, as mães têm que ficar”, completa.  Vendedora em uma loja de maquiagem, Jakeline Aguiar, de 30 anos, é mãe de uma menina de seis anos. Ela explica que existem situações onde a filha precisa ficar com uma babá, porém nesses dias de folia isso não será uma possibilidade. “Vou ter esse problema na semana que vem. No caso, a minha filha fica na babá só que em dois dias específicos do Carnaval ela (babá) não vai trabalhar, direito dela. Então [o Carnaval]  sempre atrapalha”, declara.  Questionada se acredita que a festa popular deveria ser feriado, ela é mais uma com voto favorável. “Eu acho, pelo menos, um dia. Para a gente ter esse dia, esse momento de festa mesmo. Geralmente tem na escola, mas a gente não consegue estar participando com eles”, fala. Rosângela da Silva, de 43 anos, é mais uma mãe que já enfrentou o dilema de como adaptar a rotina nessa época do ano onde as escolas fecham. Quando o filho era pequeno, o jeito era pedir ajuda para as mães. Hoje, o jovem tem 15 anos, o que torna o cenário menos complicado. Ainda assim, a técnica em enfermagem comenta que os pais ficam reféns de ter ou não atividade nas escolas. “A gente acaba tendo que seguir o calendário da escola porque eles não têm aula. Ele já fica em casa, é maior um pouco e se vira sozinho”, conclui. Entraves do Carnaval –  Vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval, a deputada federal Camila Jara (PT) destaca que a festa é a maior expressão popular da cultura brasileira. “É uma festa que representa a democracia nacional, porque é uma festa onde todas as pessoas, independentes de classe, ocupam a rua e podem ter direito ao mesmo lazer”, frisa. À reportagem, a parlamentar deu um parecer sobre o motivo do Carnaval estar fora da lista de feriados nacionais até hoje e também o porquê de nenhuma proposta como essa ter ganhado espaço na política.  “Eu acredito que essa festa não foi considerada um feriado nacional ainda muito pela entrave que possa ter com a bancada evangélica dentro do Congresso Nacional”, esclarece. Além do Carnaval, ela expressa que pautas de cultura de forma geral sempre esbarram na bancada conservadora. Independente disso, a deputada federal reconhece a relevância dessa festa no cenário econômico. “Mas é uma pauta urgente tendo em vista que movimenta a economia. Só que em Campo Grande movimentou mais de 22 milhões no último Carnaval”, pontua. Fora o contexto econômico, Camila Jara também chama atenção para a dificuldade que os pais enfrentam no período. “A gente tem que lidar com a demanda das mulheres também, que precisam se adequar à realidade dessa desse feriado. É uma pauta que precisa avançar e que a gente vai lutar para avançar dentro do Congresso”, reforça.  Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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