Discussão por causa de R$ 70 levou à expulsão de sete famílias venezuelanas do Cedami (Centro de Apoio ao Migrante) nesta sexta-feira (28). Ao todo, 25 pessoas, sendo nove delas crianças, estão na rua desde a manhã, enfrentando o dilema de ir ou não para o Centro Pop. Administrado pela Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos, ligada ao Hospital São Julião, o Cedami estava há três semanas garantindo moradia e alimentação para as sete famílias. Porém, nesta sexta-feira, esse auxílio chegou ao fim, já que as pessoas teriam ido contra o termo de comportamento que assinaram quando entraram no local. Sobre o caso, o coordenador do Cedami, Átila Henrique, explica que o espaço é de iniciativa privada, onde o intuito é prestar apoio de forma temporária. Além disso, ele afirma que não foi uma expulsão. “Como é uma casa de passagem, as pessoas ficam de sete a oito dias. Essas famílias ficaram 18 dias, que é o máximo permitido. Mas, devido à situação, nós as encaminhamos para o Centro Pop da Prefeitura”, explica. Por outro lado, quem perdeu um local seguro para ficar com a família reclama da forma como foi tratado. Osnaires Gramados, de 25 anos, expressa como se sentiu com o ocorrido de hoje. “Imagina você estar longe do seu país, sem falar a língua e ainda ser humilhado onde achou que seria acolhido? Não que a gente não seja grato, nós fomos acolhidos aqui. Mas, agora, olhe as crianças. Como vão dormir na rua?”, questiona. Maria Gabriela Flores, de 29 anos, foi a pessoa que notou o sumiço dos R$ 70 que tinha. À reportagem, ela explicou que apenas foi relatar o caso para a coordenação quando todo mundo terminou fora do Cedami. Ainda hoje, parte das famílias venezuelanas procurou ajuda no Centro Pop, porém, no lugar, foram informadas de que não havia vaga. Ainda assim, elas não gostariam de ir para o local, já que, em experiências anteriores, encontraram no espaço pessoas com dependência química. O Cedami, por meio de nota, reiterou que garantiram o encaminhamento para o Centro Pop. “Para garantir a qualidade, segurança e organização do acolhimento prestado, a instituição adota um regimento interno e um código de conduta, os quais devem ser rigorosamente seguidos por todas as famílias assistidas, conforme termo de ciência assinado no ato da admissão. O descumprimento dessas normas resultará no desligamento do acolhido e no seu encaminhamento às instituições públicas responsáveis por esse atendimento”. Nesta sexta-feira, equipes da SAS (Secretaria de Assistência Social) se deslocaram ao Cedami para tentar ajudar as famílias venezuelanas. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .