Deputados estaduais aprovaram, esta manhã (27), em primeiro turno, projetos enviados pelo Executivo Estadual que dão amparo material para mulheres vítimas de violência doméstica para um recomeço. Como o auxílio, de R$ 600 para moradia e valor adicional para compra de móveis, tem alcance limitado – é direcionado às mulheres abrigadas em Campo Grande – deputadas estaduais defenderam que ele seja ampliado, diante da extensão de mulheres em situação vulnerável em relacionamentos abusivos. As deputadas Mara Caseiro (PSDB) e Gleice Jane (PT) participaram de reunião antes da sessão com secretários estaduais, que foram à Assembleia Legislativa defender três projetos, e apontaram, em plenário, a relevância das iniciativas, uma vez que podem ajudar mulheres a sair do ciclo de violência e fazer um recomeço. Além do auxílio para a moradia, haverá também auxílio temporário para que os filhos fiquem em creche e as mães possam trabalhar. Entretanto, Mara alertou que era preciso destacar a amplitude da iniciativa, que alcança um grupo restrito. Ela considerou que se trata de um começo, que precisa aumentar o alcance. Na mesma linha, Gleice Jane considerou que é pequeno o grupo a ser atendido. Na Casa Abrigo de Campo Grande há cerca de dez mulheres e seus filhos. Ela mencionou a extensão do problema da violência doméstica, que demanda maior apoio às mulheres, mas também citou a necessidade de uma mudança de mentalidade na sociedade. Projeto apensado – Com a tramitação acelerada de três projetos enviados pelo Governo com a temática de auxílio às mulheres, o deputado João Henrique Catan (PL) pediu que fosse apensado um que foi apresentado por ele em 2023, também sobre aluguel social para mulheres vítimas de violência. O assunto ainda será analisado nas comissões temáticas, entretanto, Mara Caseiro acredita que o projeto não ganhará a urgência dos demais, que foi possível por meio de acordo de lideranças, devendo seguir tramitação normal e não o apensamento aos outros. O auxílio a mulheres ganhou relevância com a proximidade do 8 de março e a ocorrência de feminicídios, como da jornalista Vanessa Ricardo, que causaram comoção. Seis mulheres foram mortas no Estado esse mês. Com exceção de Vanessa, todas as outras vítimas moravam no interior. O cenário resultou na movimentação da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e Combate à Violência Doméstica e Familiar para identificar projetos em favor das mulheres e acelerar a tramitação.