Um dos alvos da operação La Catedral, deflagrada na manhã desta terça-feira (25) em Campo Grande, é Lyferson Barbosa da Silva, condenado a 26 anos e quatro meses de prisão em 2016 pelo assassinato do médico cardiologista Artur Eugênio de Azevedo. O crime aconteceu em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, em 2014, e desde o ano passado, o criminoso está na Penitenciária Federal aqui da Capital. Lyferson é apontado como líder de organização criminosa e chegou a ordenar ataques à sede do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), escolas e até hospital no Pernambuco em 2023. A investigação apontou que ele estaria insatisfeito com decisões da Secretaria de Defesa Social e queria “provocar a desordem naquele Estado” para que os titulares da pasta fossem substituídos. Diálogo descoberto durante a investigação revelou ordem dada pelo criminoso a um comparsa para os ataques às repartições públicas, na ocasião ele estava no Presídio de Igarassu, no Grande Recife. “Além de incendiar veículos e assassinar pessoas”, dizia parte da conversa. Em 2024, Lyferson foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande por decisão da Vara Única de Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco. A Justiça alegou que era precisou regime diferenciado. Segundo o MP (Ministério Público) daquele estado, o criminoso seguia dando ordens à organização criminosa de dentro da unidade penal por meio de celulares. Um ex-diretor do Presídio de Igarassu, em Pernambuco e policiais penais suspeitos de integrar a organização criminosa também foram presos na operação. Os nomes não foram divulgados. Assassinato – O médico foi assassinado com quatro tiros no dia 12 de maio de 2014. O corpo do cirurgião foi encontrado no dia seguinte na BR-101, região do Bairro Comporta, em Jaboatão dos Guararapes. O crime, segundo o MPPE, teria sido motivado por desentendimento profissional entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima. Cláudio também era médico e foi apontado como mandante do crime. Ele foi julgado e sentenciado a 34 anos e quatro meses de prisão. O assassinato ainda teve a participação de Cláudio Júnior, que pagou Jailson Duarte César para contratar Lyferson e Flávio Braz para executarem Artur. Operação – Segundo a PF (Polícia Federal), o grupo, composto por policiais penais e detentos, praticava diversos crimes de dentro das unidades penais, incluindo corrupção e tráfico de drogas. Ao todo foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e mais 12 de busca e apreensão, além de dois afastamentos de função e o sequestro de bens dos investigados. As ordens judiciais foram cumpridas em Campo Grande e nas cidades de Recife, Paulista, Goiana, Carpina, Abreu e Lima, Itapissuma – todas em Pernambuco. Durante as apurações, foram constatados atos de corrupção passiva praticados por policiais penais, além de acessos indevidos a sistemas internos para favorecer detentos. Os investigados poderão responder por tráfico e associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, prevaricação, promoção ou facilitação de ingresso de aparelho telefônico em presídio e participação em organização criminosa. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Assassino de médico ordenou ataques a escolas e hospital de dentro de presídio
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