Ministra teria prometido verba a ex-secretária após suposto caso de racismo - 813BET - Melhor Entretenimento Ministra teria prometido verba a ex-secretária após suposto caso de racismo - 813BET - Melhor Entretenimento

Ministra teria prometido verba a ex-secretária após suposto caso de racismo

Gravações em poder da Comissão de Ética Pública da Presidência da República  e que fazem parte da apuração das denúncias contra a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, mostram conversa dela com equipe da ex-secretária do ministério, Carmem Foro, demitida em agosto de 2024.  Conforme Estadão, que teve acesso às gravações, Cida fala sobre aumentar recursos para entidades locais no Pará, Estado de origem da secretária, e buscar “dinheiro” até fora do País para um grupo de apoio à campanha eleitoral dela em 2026. Quatro meses antes da proposta verbalizada pela ministra, Carmen Foro teria sido vítima de uma manifestação de teor racista cometido pela secretária-executiva Maria Helena Guarezi. Cida, Maria Helena e outras autoridades do Ministério das Mulheres foram denunciadas por ex-servidoras, que as acusam de supostas práticas de assédio moral. As gravações com a antiga equipe de Carmem Foro fazem parte do acervo documental desta apuração e também foram encaminhadas à CGU (Controladoria Geral da União). Essa denúncia foi formalizada em outubro de 2024. O “processo ético” envolvendo a ministra entrou na pauta de julgamentos da Comissão de Ética desta segunda-feira, 24. A defesa da ministra e a pasta negam promessas e envolvimento em ajuda para financiar campanha eleitoral Reunião – A ministra e a então secretária, que não foi escolha pessoal de Cida, estavam em choque por discordâncias políticas e de gestão.  A ministra dizia que a ex-secretária se comportava mais como alguém com ambições políticas regionais do que com dedicação nacional e que, embora a reconhecesse como uma liderança política, não a considerava uma “boa gestora”. Carmen Foro deixou a equipe do Ministério das Mulheres em 9 de agosto de 2024. Três dias depois da exoneração, a ministra realizou uma reunião interna com a equipe remanescente na secretaria.  Ainda segundo o Estadão, no encontro, gravado por servidoras, a ministra relatou que, um mês e meio antes da demissão, buscou um entendimento para a saída de Carmen Foro, mas que ela “não levou muito a sério” e, quando percebeu que era para valer, entrou com atestado médico e pediu férias. Cida aparece nas gravações dizendo que, caso demitisse também as demais colaboradoras trazidas por Carmen a Brasília, buscaria aumentar “recursos” para entidades locais no Pará e até “dinheiro fora do País” “Eu disse para ela que a gente tinha que construir uma saída, porque ela estava muito mais como candidata no Pará do que como secretária nacional. Que a gente construísse a candidatura dela. (…) Atrás de diversos órgãos e instituições, para que ela conseguisse cumprir uma tarefa na COP-30 (…) e ao mesmo tempo a gente começasse a lutar recursos para que o pessoal dela sobrevivesse lá no Pará”, afirmou Cida Gonçalves, segundo uma das gravações. Em outro momento, na mesma reunião, é possível ouvir Cida falando do risco que a equipe ligada a Carmen perdesse o emprego: “A gente aumentaria o recurso para a questão das entidades lá. Eu correria atrás de dinheiro fora do País, para ter recursos para que vocês fossem o suporte da campanha dela daqui até 2026.” O dossiê enviado aos órgãos federais não especifica que função Carmen Foro viria a desempenhar na COP-30. “Porque (a demissão) não significa que eu não quero que a Carmen eleita, tá gente? Ela continua sendo minha candidata prioritária”. Procurada pelo Estadão, a ex-secretária Carmem Foro não quis se manifestar oficialmente. Racismo – Quatro meses antes da proposta verbalizada pela ministra, Carmen Foro teria sido vítima de uma manifestação de teor racista, durante reunião na Enap (Escola Nacional de Administração Pública). Segundo a denúncia, Carmen Foro teria sido chamada a atenção, ao se levantar, por Maria Helena Guarezi. A secretária-executiva teria comentado de forma “depreciativa” que Carmen deveria permanecer sentada porque “seu cabelo estava atrapalhando a visão”. Carmen Foro, que possui cabelo crespo, queixou-se a antigas colaboradoras que ficou emocionalmente abalada com o episódio. A ministra soube do caso ocorrido com Carmem, segundo denunciantes, mas não explicou que providências adotou. A defesa de Cida respondeu ao Estadão, que ela não poderia agir no caso do suposto racismo sem ter uma denúncia formalizada pela ex-secretária e, portanto, não teria se omitido como ministra de Estado. “A ministra jamais poderia pedir a instauração de um procedimento sobre o fato que ela não presenciou e que a suposta vítima, a alegada vítima, a gente nem sabe se pode chamar de vítima, não quis levar para frente”, disse o advogado Bruno Salles Ribeiro, que representa Cida. “Clima de racismo no ministério nunca existiu. Nunca teve comoção de pessoas dizendo que aconteciam fatos racistas no ministério.” Ele também nega que a ministra tenha feito qualquer oferta para a secretária demitida. Em nota, o Ministério das Mulheres afirmou que Cida Gonçalves avaliava que Carmen Foro, mesmo exonerada, “poderia ser uma boa articuladora na Conferência internacional do clima”, mas nunca ofereceu a ajuda financeira ou recursos do governo. Com carreira consolidada em Mato Grosso do Sul, Cida Gonçalves assumiu a pasta em 3 de janeiro de 2023. Ela participou do governo de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, entre 2000 e 2002. Já de 2003 a 2012 foi secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Avatar photo

By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *