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Com a volta de Maria Quitéria, Corumbá elege sua Corte de Momo

Com uma disputa concorrida – nove mulheres e cinco homens -, a escolha da Corte de Momo do Carnaval de Corumbá tornou-se um momento muito esperado pelo público, na noite de ontem. As pessoas, muitas famílias, crianças e foliões das antigas, buscaram o melhor lugar em frente à passarela, montada na Praça Generoso Ponce, para acompanhar a desenvoltura dos candidatos no gingado e no samba do pé. Mas quem surpreendeu foi Maria Quitéria, personagem criada em 2.000 e vivida pelo múltiplo artista (ator, bailarino, preparador corporal e diretor teatral, de formação em técnica agrícola na sua Camapuã) Arce Corrêa. A intrépida, irreverente e (às vezes) arretada mulher nordestina, sem papas na língua, subiu ao palco marcando sua volta ao Carnaval corumbaense, arrancando aplausos de todos. Em grande estilo, segurando a bandeira do movimento LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo e outras identidades), a figura marcante e ícone da folia pantaneira saudou seu público fazendo um alerta para o fato de o Brasil liderar o topo entre os países onde mais se pratica violência contra pessoas trans. Retorno triunfante Maria Quitéria tornou-se um patrimônio desse carnaval, onde chegou em 2008 para arrasar na avenida com seu brilho, sorriso maroto e muita alegria, com o papel de se comunicar com o público e recepcionar os foliões e as agremiações carnavalescas sempre à frente da Corte de Momo. Depois de 15 anos, em 2023 a prefeitura dispensou seu trabalho, sem justificativas. Sua volta faz parte de um processo de resgate e de reconstrução da cidade, que foi abandonada pelos gestores anteriores. Os organizadores do carnaval prepararam a surpresa e Maria Quitéria ressurgiu em grande estilo. “Vocês não sabem o prazer de estar aqui de volta, amo esse lugar, de paixão. Estou gratificada pelo carinho e respeito”, disse. Com a personagem dominando o palco, arrancando aplausos e sorrisos da plateia com seus bordões do tipo “chora no corpão”, a escolha da Corte de Momo ganhou uma nova dimensão e alto astral, predominando muita alegria e samba na marcação da bateria da Escola de Samba Império do Morro. Maria Quitéria apresentou os candidatos com seu humor aguçado. Novo rei, fim do mito A disputa pela realeza do carnaval corumbaense não foi apenas pelo amor ao samba. Afinal, este ano a prefeitura elevou o prêmio total para R$ 19 mil e estimulou a concorrência. Os candidatos se esforçaram e deram a conta o recado sob o olhar do corpo de jurados, formado por personalidades de ontem e de hoje da maior festa momesca do Centro-Oeste. No final, mais uma surpresa: o anúncio da corte sem a caracterização do rei momo obeso, figura mitológica que remonta às tradições gregas para simbolizar fartura e abundância. Ao ser eleito, o professor de dança Kleber Kosta, 48, tem 79 quilos para uma altura de 1,89m. “São os tempos modernos”, rebatou Maria Quitéria, aprovando a escolha. “Vamos nos entregar à folia com muita alegria, energia e responsabilidade”, decretou o Rei Momo. “Só nós sabemos fazer o melhor carnaval. Estou muito feliz por esse momento mágico de conduzir a nossa festa”, completou Kleber Kosta, que tem forte atuação no resgate das raízes do carnaval ao comandar o bloco de frevo. Com muito samba no pé, a microempreendedora Cinthia Ajala, uma mulata de 22 anos, foi eleita a rainha, com 228,1 pontos. As princesas são Leidy Anni Arruda e Juliana Bejarano. A coroação no palco contou com a presença do prefeito Gabriel de Oliveira, secretários e da senadora Soraya Thronicke, autora de emenda de R$ 500 mil para o carnaval local.

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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