O número de famílias em situação de rua cadastradas em Campo Grande disparou nos últimos anos, atingindo patamar inédito na série histórica medida com base nos dados do Cadastro Único (Cadúnico). Em janeiro de 2012, apenas uma família constava no Cadúnico. Esse número cresceu gradualmente, chegando a 33 em 2014 e 56 em 2015. Em janeiro de 2017, o total saltou para 208 famílias e, em 2019, para 454. Durante a pandemia de covid-19, o crescimento continuou: 525 famílias foram registradas em 2020 e 527 em 2021. O avanço acelerado persistiu, e em janeiro de 2023 o número chegou a 667 famílias. No ano seguinte, 2024, ultrapassou a marca de mil, com 1.013 registros. O dado mais recente, de janeiro de 2025, mostra o recorde histórico: 1.068 famílias em situação de rua na capital sul-mato-grossense. Campo Grande no cenário nacional – Entre as capitais, São Paulo (SP) lidera com 89.086 famílias em situação de rua, 0,75% da população, comparando com o Censo 2022. Boa Vista (RR) e Florianópolis (SC) aparecem logo atrás, com taxas de 0,74% e 0,65%, respectivamente. No outro extremo, Macapá (AP), Palmas (TO) e Manaus (AM) apresentam os menores índices, sendo Macapá a cidade com a menor taxa proporcional do país (0,03%). Campo Grande ocupa posição intermediária, com 1.068 famílias, o equivalente a 0,11% da população. Esse percentual é o mesmo registrado em Belém (PA) e Rio Branco (AC), mas inferior ao de capitais como Goiânia (GO) e Teresina (PI). Explosão dos números em MS – O cenário estadual também reflete essa tendência de alta. Em agosto de 2012, havia apenas cinco famílias cadastradas no CadÚnico. Em dezembro de 2024, o estado atingiu recorde de 1.930 registros. A aceleração mais intensa começou a partir de 2015. Até o final de 2014, eram 157 famílias registradas. Em dezembro de 2019, esse número saltou para 980. O impacto da pandemia foi evidente em 2020, quando o total chegou a 1.103. Entre 2021 e 2023, a alta continuou: de 1.102 famílias em janeiro de 2021 para 1.545 em setembro de 2023. Em 2024, o crescimento se intensificou ainda mais, atingindo 1.930 famílias em dezembro — o maior número já registrado no Estado. O panorama nacional – Entre os estados brasileiros, São Paulo concentra a maior quantidade de famílias em situação de rua, com 135.969 registros. Minas Gerais e Rio de Janeiro também apresentam números elevados, ambos com mais de 30 mil famílias. Embora estados do Norte e Nordeste tenham números menores, algumas taxas proporcionais chamam a atenção. Roraima, por exemplo, registra a maior taxa do país, com 0,55% da população vivendo em situação de rua. Já Mato Grosso do Sul contabiliza 1.929 famílias, representando 0,07% da população estadual.