Um agente especial da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai foi preso nesta quinta-feira (6) acusado de desviar dinheiro das contas bancárias do pecuarista sul-mato-grossense Orlando Vendramini Neto, 64. Victor Alejandro Miguel Barreto Cardenas fazia parte da equipe que prendeu Orlando no dia 22 de janeiro deste ano em território paraguaio. O pecuarista estava com prisão decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul acusado de ser o mandante do assassinato do também criador de gado Valdereis Rodrigues de França, 61, ocorrido no dia 5 de novembro do ano passado em Sete Quedas, a 468 km de Campo Grande. No início desta semana, o advogado Hugo López, representante de Orlando em território paraguaio, acusou policiais da Senad de terem acessado os celulares do pecuarista e desviado pelo menos 30 mil dólares das contas de uma das empresas de Orlando. Com dupla nacionalidade, Orlando Vendramini Neto foi presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas e possui negócios em Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Paraguai. Capturado pela Senad em um shopping de Mariano Roque Alonso, o pecuarista foi expulso do Paraguai, entregue à Polícia Federal brasileira e na semana passada transferido para Dourados. Atualmente está recolhido na penitenciária estadual da cidade. Após a denúncia de desvio nas contas, o Ministério Público do Paraguai e a Senad passaram a investigar os agentes envolvidos na prisão. Ontem, Victor Cardenas foi preso em sua unidade. À noite, foi indiciado por cinco crimes, entre os quais adulteração de provas e fraude usando meios eletrônicos. A promotora de Justiça Irma Encarnación Llano Pereira requereu a prisão preventiva do agente. Victor Cardena pediu prazo de 48 horas para ser interrogado. Ele segue preso na capital Asunción. Conforme a denúncia do advogado Hugo López, dos quatro celulares apreendidos pela Senad com o pecuarista em janeiro, dois estavam habilitados para operar contas bancárias, com saldo em dólares e guaranis. Ainda segundo ele, o filho de Orlando relatou que o pai teria sido obrigado pelos agentes a informar os códigos necessários para movimentar as contas. Hugo López também aponta suposta ilegalidade na expulsão de Orlando Vendramini Neto do Paraguai. Segundo ele, o pecuarista tem cidadania paraguaia e mantém residência naquele país há 30 anos. Por isso não poderia ser extraditado sem processo legal. Execução – Investigação da Polícia Civil revelou que o assassinato ocorrido em Sete Quedas teria sido motivado por dívida de 2 milhões de dólares que Orlando teria com Valdereis de França. Valdereis foi morto com oito tiros de pistola por dois homens de moto quando transitava em sua caminhonete Toyota Hilux pelo centro da cidade fronteiriça. No dia 11 de novembro, policiais civis de Mato Grosso do Sul e de São Paulo fizeram buscas na casa de Orlando em Adamantina (SP) e em Sete Quedas. Dez armas, carregadores com capacidade para 100 tiros e pelo menos 1.000 munições foram apreendidos, além de drones, binóculos e outros equipamentos táticos. A defesa de Orlando ainda não se manifestou sobre as acusações. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .