Duas agências do Banco Itaú amanheceram sem o serviço interno dos bancários nesta quinta-feira (6) na Capital. O motivo é a falta de negociação com a categoria e mudanças nos acordos coletivos que tratam de salários, horas extras e ponto eletrônico. Apesar da paralisação, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região deixou os caixas eletrônicos da unidade localizada na Avenida Coronel Antonino e da Rua Cândido Mariano disponíveis ao público. Nas outras agências, o serviço acontece normalmente. Caso a empresa não retome as negociações, os bancários cogitam estender o protesto para outras agências e manter o serviço paralisado. Ao todo, a ação para pressionar o Itaú acontece em 11 estados do país. A classe está em debate com a empresa desde 2024. Uma das reivindicações é que o sindicato não seja responsável pela fiscalização das horas extras e ponto eletrônicos dos funcionários, o que segundo Neide Rodrigues, presidente do sindicato, afirma que está sendo imposto pela empresa. “O ponto que não concordamos no acordo geral é o sindicato validar as horas extras dos trabalhadores. Como vamos validar se não estamos no dia a dia do banco? São eles que têm que validar e depois o sindicato pode questionar na justiça. Se ele fizer hora extra com aval do sindicato, mas e quando o sindicato não souber se ele fez mesmo ou não, como o trabalhador vai questionar isso? Não concordamos em validar o ponto eletrônico dos trabalhadores”. Neide acrescenta que não há intenção do sindicato prejudicar o público com a paralisação, mas que é preciso ação efetiva para obter resultados. Segundo ela, a orientação nacional é que os serviços sejam retomados nesta sexta-feira (7). Além do citado, a presidente denuncia que funcionários ultrapassam constantemente as horas estipuladas em contrato. “O Itaú tentou impor um acordo com propostas ruins para os funcionários. Ele quer que o sindicato dê sua ‘chancela’ para validar o ponto dos funcionários, assim como o banco de horas. Mas o sindicato não pode, e nem deve, validar as horas extras dos funcionários. A obrigação é do banco. Eles [funcionários] são obrigados a continuar trabalhando mesmo após marcarem saída no ponto, recebendo mensagens fora do expediente e sem poder definir uma compensação de horas. Não podemos aceitar um acordo que vai institucionalizar os desvios na jornada de trabalho e a arbitrariedade do banco de horas”. Ela afirma que a instituição está fazendo retaliação para os funcionários que não assinarem o acordo. “Eles não dão as bolsas de estudos para os trabalhadores e essas bolsas o próprio banco incentiva que os funcionários façam. Eles falaram que se não aceitarem, vão cortar. Encaminhamos um e-mail para eles na segunda para retornar as negociações, mas até agora não houve resposta”. A reportagem entrou em contato com o banco pelos canais de atendimento disponíveis à imprensa. A instituição informou está sempre em contato com os sindicatos para manter um diálogo justo. “O Itaú Unibanco valoriza e mantém diálogo constante com os sindicatos, para ouvir e discutir suas demandas, e entende que manifestações como a de hoje fazem parte deste processo. Em razão dessa paralisação, os clientes da agência poderão ser atendidos e realizar suas transações bancárias por meio dos serviços digitais do Itaú Unibanco ou de correspondentes bancários”. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .