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Nada de história importada, MS tem guardião místico que protege a mata

Já ouviu falar em uma entidade que guarda a mata e tudo aquilo que faz parte dela? Não, não estamos falando do Curupira, mas sim do Ka’a guy jára, alguém que integra a cultura kaiowá e faz parte de Mato Grosso do Sul.  Além de ser conhecido por parte dos povos indígenas, esse guardião das matas apareceu especificamente para Gilearde Barbosa Pedro, mais conhecido como Gee Kaiowá, quando ele estava frequentando a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro.  Em um sonho, essa entidade protetora corria atrás do cineasta e, já acordado, Gee não conseguiu mais tirá-lo da mente. Foi assim que, anos depois, escutou mais sobre o Ka’a guy jara e, ao lado de Kiki Concianza Kaiowá, resolveu transformar esse guardião em filme.  Com recursos da LPG (Lei Paulo Gustavo), os dois reuniram uma equipe, desenvolveram o roteiro e conseguiram gravar a história que une realidade e ficção na Aldeia Panambizinho e a Retomada Laranjeiras (região de Dourados) neste ano.  Explicando melhor sobre o guardião, as histórias que ouviu e como um sonho se transformou em filme, Gigi conta que após o sonho, elaborou alguns desenhos para retratar o que havia visto. Só depois, em conversas com indígenas da Retomada Laranjeiras, descobriu quem a entidade era.  “Ouvimos histórias dos moradores que estavam na mata, acampados na retomada, e começaram a escutar gritos chegando cada vez mais perto. Eles precisaram esperar pelos rezadores, que fizeram os rituais pedindo permissão e pedindo para que o guardião fosse embora. Só depois disso é que os gritos sumiram”, conta.  Gee passou, então, a fazer novos desenhos e escrever sobre o tema até que surgiu a oportunidade da gravação com a Lei Paulo Gustavo.  Tanto Gee quanto Kiki possuem experiência na área, sendo que Gee iniciou sua trajetória com oficinas de audiovisual indígena e já foi até para a Bolívia estudar cinema, rádio comunitária e animação. Kiki, além de ter fundado uma rede de audiovisual, tem se dedicado a produzir principalmente documentários para que o conhecimento dos antigos não se perca. E, no caminho, os dois seguem enfrentando os desafios de fazer cinema em MS e, ao mesmo tempo, ser indígena.  Exemplificando, eles contam que até mesmo gravar o filme foi complicado quando precisaram de autorização para parte das captações, uma vez que essas foram feitas em fazendas.  Mas, antes de tudo, a equipe completa participou de um ritual pedindo permissão para que fizessem um trabalho bom e assim, no fim das contas, deu tudo certo.  Voltando para o filme do guardião, em resumo Denis é um jovem indigena que trabalha em uma fazenda e um dia, a esposa liga avisando que acabou o gás. Ele para o que estava fazendo, vai buscar lenha na mata, mas não pede autorização, que é um ritual que os kaiowá fazem para retirar os recursos da mata. Isso faz com que ele tenha esse encontro com a entidade da mata e, depois desse momento, ele volta a pensar sobre suas raízes “O filme ainda contou com a participação especial do dançarino e performer manauara Odacy Oliveira, que interpretou o personagem que dá nome ao projeto: Ka’a guy jára, uma espécie de entidade da cosmovisão Kaiowá, guardião das matas e dos bichos”, relembra o produtor e roteirista Renan Braga.  Agora, sobre as próximas etapas, Renan explica que o filme deve estrear no segundo semestre de 2025. “Vamos fazer exibições em aldeias de Dourados, Rio Brilhante, Caarapó e outras cidades. Também queremos exibir em escolas indígenas. Além disso, vamos inscrever o filme em festivais nacionais e internacionais, antes de distribuir no streaming”. Para compor o elenco, foram convidados Dennis Almeida, Vanderson Almeida, Ñanderu Olimpio Almeida, Rose Oliveira, Glendedy Almeida Oliveira e Marcelo Mac. Além da participação especial de Odacy Oliveira.  Na composição técnica, além dos diretores, estão Renan Braga na produção, Felipe Bomfim na direção de fotografia, Letícia Germanotta no som direto, Mariana Farias na direção de produção, Leilane Beatriz como assistente de fotografia, Micael Sanches como assistente de som, Fernanda da Silva como assistente de produção e Marcus Teles como assistente de direção. Já o roteiro é dividido entre os diretores e Renan Braga.  Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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