Quatro anos após matar o ex-cunhado, Erick Wagner Batista Inserra, o médico veterinário José Bernardino Prado Lo Pinto, de 29 anos, que responde por homicídio qualificado em liberdade, será julgado na manhã desta quarta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande, presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. O crime aconteceu no dia 2 de dezembro de 2020, por volta das 14h, na Travessa Dunas, no Bairro Monte Castelo. Segundo o advogado Fábio Trad, o seu cliente agiu em legítima defesa. Ele alega existir provas muito claras de que a conduta do réu foi para evitar feminicídio de sua irmã, que era ex-mulher de Erick, e de sua mãe. “Os três foram vítimas de grave violência praticadas pelo Erick. A expectativa é de que os jurados reconheçam todo esse contexto e tenham sensibilidade para constatar pelas provas que José Bernardino não merece ser preso ou condenado, porque qualquer pessoa de bem praticaria a mesma conduta que ele praticou”, disse. Ainda conforme Fábio Trad, caso não seja reconhecida a absolvição por legítima defesa e haja condenação, a defesa vai pedir o reconhecimento do privilégio da violenta emoção, “caracterizado pela ausência de planejamento, de premeditação, de vingança, preenchido pela instantaneidade da resposta à injusta provocação”. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), representado pelo promotor Bolivar Luis da Costa Vieira, afirma não haver possibilidade nenhuma de caracterização de legítima defesa. Para a acusação, o crime foi praticado em razão de desavenças comerciais. “Entendemos que não tem o menor traço de legítima defesa. A vítima foi lá para buscar o filho, estava com a mochila do filho nas mãos, esperando o filho sair de casa e foi brutalmente atacada, covardemente atacada”, destacou. Ainda conforme a acusação, a resposta correta seria a condenação por homicídio qualificado. Ele [a vítima] tinha relação conturbada com o autor em razão de desentendimento comercial, venda de gado, arrendamentos. “Se houve ameaça, foi algo anterior, mas naquele dia ele foi lá para buscar o filho. Nós estamos firmes em afirmar que essa história de demonização da vítima é errônea, foi uma estratégia da defesa, uma estratégia do próprio autor para tentar se justificar, mas que o fato praticado não tem justificativa”, disse o promotor. O resultado do julgamento será divulgado no fim da tarde. Vídeo – Na ocasião, o crime foi flagrado por câmeras de segurança (veja no início da reportagem) e aconteceu na frente do filho de Erick, na época com 7 anos. As imagens mostram a vítima aguardando a criança na frente da casa da ex-mulher, quando de repente o médico veterinário aparece, começa a atirar e corre atrás da vítima, que foi morta com 4 tiros. Toda a cena foi presenciada pela criança. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .