The Stone of Madness é um jogo bem estranho! Quando ouvi falar dele, pensei: “Será que é mais uma daquelas aventuras que tentam ser profundas, mas acabam tão rasas quanto uma poça d’água?”
Mas, meus amigos, preparem-se para uma viagem alucinante que mistura estratégia, furtividade e um toque de loucura que faria até o Coringa repensar sua carreira.
Uma Jornada ao Século XVIII
Desenvolvido pelo estúdio espanhol The Game Kitchen, conhecido pelo sombrio “Blasphemous”, “The Stone of Madness” nos transporta para um mosteiro espanhol do século XVIII, situado nos Pirineus. Este não é um retiro espiritual comum; o lugar serve como hospício e prisão inquisitorial. Cinco prisioneiros – Agnes, Leonora, Eduardo, Amelia e Alfredo – enfrentam punições cruéis, insanidade e desespero enquanto tentam desvendar os mistérios do mosteiro e, claro, planejar uma fuga digna de “Prison Break” versão barroca.
Jogabilidade: Furtividade Tática com um Toque de Loucura
Imagine combinar a estratégia de “Commandos” com a furtividade de “Metal Gear Solid”, temperado com uma pitada de “Amnesia: The Dark Descent”. Cada personagem possui habilidades únicas e traumas pessoais que afetam sua sanidade. Por exemplo, Eduardo é um brutamontes que teme o escuro, enquanto Leonora, uma dama da alta sociedade, não suporta fogo. Gerenciar essas fobias é crucial; negligenciá-las pode levar a surtos de paranoia, demência ou até episódios violentos, mudando completamente a dinâmica do jogo.
Arte e Atmosfera: Uma Pintura de Goya Ganhando Vida
Os visuais do jogo são uma obra de arte à parte, literalmente. Inspirados nas pinturas de Francisco de Goya, cada cenário é meticulosamente desenhado à mão, criando uma atmosfera sombria e opressiva que combina perfeitamente com a narrativa. A perspectiva isométrica permite apreciar cada detalhe, fazendo você se sentir dentro de uma pintura que ganhou vida – e uma vida bem perturbadora, diga-se de passagem.
Comparações Pop: De “La Abadía del Crimen” a “Amnesia”
Para os veteranos dos games, “The Stone of Madness” pode evocar memórias de “La Abadía del Crimen”, um clássico espanhol dos anos 80 que também se passava em um mosteiro e exigia furtividade e observação. Ambos os jogos compartilham a ambientação claustrofóbica e a necessidade de decifrar mistérios enquanto se evita a detecção. No entanto, enquanto “La Abadía” focava na observância de regras monásticas, “The Stone” mergulha profundamente na psique humana, explorando traumas e fobias de uma maneira que lembra títulos modernos como “Amnesia: The Dark Descent”.
Desafios e Estratégia: Planejamento é Essencial
O jogo não pega leve. Você precisa alternar entre os cinco personagens, utilizando suas habilidades para distrair guardas, resolver enigmas e evitar perigos sobrenaturais que emergem especialmente à noite. O ciclo dia-noite adiciona uma camada extra de estratégia: durante o dia, os guardas são mais suscetíveis a distrações, enquanto à noite, forças paranormais tornam a exploração mais arriscada. Lembra daquela sensação de estar sendo observado em “Resident Evil”? Prepare-se para revivê-la aqui.
Trilha Sonora: O Toque Final na Imersão
A música é sutil, mas eficaz. Composições que evocam a era barroca, misturadas com tons sombrios, aumentam a tensão e complementam a atmosfera opressiva do jogo. É como se Bach tivesse colaborado com Trent Reznor para criar a trilha sonora perfeita para uma descida à loucura.
Prós e Contras
Prós:
- Narrativa Profunda: Uma história envolvente que explora os limites da sanidade humana.
- Personagens Únicos: Cada personagem traz habilidades e traumas distintos, adicionando profundidade à jogabilidade.
- Arte Estonteante: Visuals desenhados à mão que capturam a essência do século XVIII e das obras de Goya.
- Desafios Estratégicos: A necessidade de gerenciar múltiplos personagens e suas fobias oferece uma experiência desafiadora e recompensadora.
Contras:
- Curva de Aprendizado Íngreme: Dominar as mecânicas do jogo pode ser desafiador para iniciantes.
- Animações Interrompidas: Algumas animações podem quebrar o ritmo da jogabilidade.
- Diálogos Pouco Naturais: Em certos momentos, os diálogos parecem forçados e pouco realistas.
Nota Final: 8/10
“The Stone of Madness” não é apenas um jogo; é uma experiência que desafia sua mente e habilidades estratégicas. Com uma narrativa envolvente, personagens complexos e uma atmosfera que combina beleza e terror, este título se destaca como uma joia rara no mundo dos games. Se você está pronto para enfrentar os demônios internos e externos de um mosteiro espanhol do século XVIII, este jogo é para você.
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