Após uma morte trágica, papagaio Paco ganhou até um santuário

Durante dois anos e 28 dias, Paco foi fonte de alegria e apoio emocional para a autônoma Lizeth Alzate, de 40 anos, tutora do animal. A história, no entanto, teve um desfecho triste, e a três meses atrás, o animal acabou falecendo, vítima de uma descarga elétrica. Para aplacar a dor de dar o difícil adeus ao fiel companheiro de penas, Lizeth montou um santuário em sua homenagem, mas nada é capaz de preencher a saudade que sente do pássaro.  A autônoma revela que Paco chegou até ela quando ainda era um filhote e não possuía nem sequer as penas. Ela cuidou do animal, alimentou na seringa e o ensinou a voar.  Lizeth faz questão de afirmar que sempre foi contra prender animais de espírito livre, principalmente aves, por isso, nunca criou ele em gaiolas, e a ave tinha total liberdade para passear. A gaiola e o poleiro serviam apenas para Paco comer e brincar, e a ave dormia junto com Lizeth, em um cobertor, ao lado da cama dela. O dia em que a ave, infelizmente, veio a óbito, Lizeth relembra que acordou cedo e tomou o café da manhã junto com Paco, como de costume, e logo ele saiu para passear. Pouco tempo depois, ela e o marido ouviram um barulho na rua, e quando saíram para verificar, encontraram o papagaio eletrocutado no transformador de energia. Lizeth é colombiana, mora em Campo Grande desde 2016, e relata que seu filho mais velho tentou tirar a própria vida na Colômbia em 2022. Ela detalha que trouxe ele para o Brasil, pois aqui conseguiria cuidar melhor dele, mas não sabia como lidar com a situação, por isso toda a luta para ele vencer a depressão e melhorar fez a própria autônoma adoecer.  Foi então que seu esposo ganhou o papagaio de presente e trouxe a ave para casa. “[Toda a situação] fez eu entrar em um quadro depressivo, eu chorava, engordei, ficava com dor de cabeça constante e os pés inchados pelo estresse. Iniciei a terapia na Sejuv na época, com a psicóloga Luana, e minhas terapias giravam em torno do meu Paco”, relata Lizeth. A medida que a tristeza aumentava, cuidar de Paco foi o que, aos poucos, ajudou Lizeth a curar a doença. Na época, a autônoma conta que chegou a fazer cursos de marketing e manipulação de alimentos, voltou a cuidar de si mesma, praticar esportes e frequentar a academia. Mas desde outubro de 2024, quando aconteceu o acidente, sua vida parou.  Foi o pior dia de minha vida. Nunca imaginei que ele ia sair como de costume e ia acontecer o que aconteceu. Já tem três meses e eu não superei, é uma saudade que acho que não vou conseguir superar. O amor que tinha por Paco é diferente, não sei como explicar, desabafa Lizeth.  Lizeth levou Paco para ser cremado, e guardou parte das cinzas do animal em um cofre, que fica em cima da penteadeira do quarto, um dos lugares favoritos de Paco na casa. O objeto foi personalizado por ela, com uma frase e uma foto da ave. A outra parte das cinzas ela colocou dentro de um pingente de coração, que carrega em um colar que utiliza 24 horas por dia.  Além disso, ela montou um pequeno santuário em homenagem ao papagaio na mesa da sala de jantar, com uma pelúcia, uma foto de Paco, as frutas favoritas do animal, incluindo mamão, uva e kiwi e decorado com rosas, pois Lizeth explica que o animal gostava bastante das flores, que o marido sempre trazia de presente para ela. Além disso, uma vela em homenagem a ave fica acessa o dia inteiro ao lado da foto.  A autônoma compartilha que Paco era um papagaio muito livre e inteligente, sabia falar as vogais e a palavra “papai”, e, às vezes, falava com dificuldade a palavra “mamãe”. Além de Paco, Lizeth também tem os cachorros Sasha, Niña, Duck, Pipe e Samu, que são criados com muito amor pela autônoma. Paco, inclusive, era muito próximo de Sasha.  “O que mais tenho escutado é para aceitar, que a dor vai passar, para eu pegar outro papagaio. Mas eles não entendem esse amor. [Adotar outra ave] não vai ser ao mesmo, um bichinho não é como trocar de roupa”, expressa.  Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .