Sofremos de carência pelo social? - BET813 - Melhor Entretenimento Sofremos de carência pelo social? - BET813 - Melhor Entretenimento

Cada vez mais nos deparamos com uma pessoa carente socialmente. Esse “boom”, acredito eu, se deu na pandemia quando estávamos a mercê das redes sociais.

Fomos descobrindo as magias da internet, seu poder e ficamos carentes socialmente. A falta do contato físico foi substituída por curtidas, chamadas de likes nas redes sociais.

Mas tem umas pessoas que não só ainda dependem disso, mas exageram, precisam de likes o tempo todo, em tudo e ficam postando coisas sobre si, mensagens que consideram inteligentes, pratos de comida, passeios, festas e selfies o tempo todo a espera de likes.

Mas ainda tem pior: as que te procuram pra que você vá lá, veja o que ela postou e ainda pede que você um dê um “like” por consideração ou está sujeito a inimizade, rancor e ofensas.

Mundo complicado o de hoje em dia em que todo mundo é importante – sim, mas não vamos incomodar o próximo exigindo que ele também pense assim.

Sair em mídias é legal, mas em mídias alternativas que não tem relevância nenhuma para o nosso meio, nem para o mundo, é complicado… Num mundo onde agora todos podem escrever, ser colunista e nem precisa mais ser jornalista. Profissão que está descartada em meio a influencers. Quem se importa com um site já que ele tá on line mas não tem projeção, visualização, engajamento, muito menos conteúdo? Os blogs pessoais não são mais pessoais, são para conseguir entradas em espaços onde nunca poderiam estar não fosse a falsa informação de que é uma mídia relevante.

Mas isso não importa pro carente social, ele quer que falem dele, que mostrem sua foto para que se sintam amados. Claro que essa carência é do ego e que foi aumentada na época em que estávamos enclausurados e precisávamos estar conosco mesmos e aí nos descobrimos melhores, mais importantes, mais…mais…mais…

Os filtros nas fotos mostram hoje uma pessoa imaginária, um sonho, uma volta ao tempo na juventude, uma beleza irreparável e o carente social precisa mostrar e ganhar likes mesmo sabendo que não é real. Casos de polícia já são constatados com essa confusão de falsas imagens e alertas para os mais jovens, até mesmo crianças que se encantam com esse mundo apresentado pelos pais, amigos e escola.

Os consultórios dos psicanalistas estão cheios, não tem mais hora para atender a demanda absurda que isso criou. Mas continuamos a querer likes o tempo todo, mesmo que seja só nas redes sociais. O mundo real não importa mais.

E quando isso vai se resolver? Sem data certa, estamos caminhando para um infinito desprezo por nós mesmos quando caímos na real. Aí cabem mais consultas aos profissionais da área. Até o entendimento de que não precisamos da aprovação das outras pessoas o caminho é árduo, doloroso, mas feliz, ao final.

Sair da “casca” egocêntrica é complicado, mas sabemos que é possível quando conhecemos pessoas que estão vivendo a realidade, ainda que poucas. Pessoas que se deixam envelhecer, se permitem ter o corpo fora do padrão, mais saudável, que atentam às coisas simples da vida que é estar em companhia da família e amigos sem ter que fazer uma foto para postar sua felicidade.

O mundo real existe, basta que a gente se permita vivê-lo.

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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