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Antes de morrer, garoto foi liberado de CRS 2 vezes com forte dor, diz padastro

Ainda sem compreender a perda repentina, a família de Kauan, adolescente de 14 anos, que morreu em casa no início da noite dessa quinta-feira (30), em Campo Grande, após sentir fortes dores no peito, alega que se o atendimento tivesse sido diferente, o menino ainda poderia estar vivo.  O garoto procurou O CRS Coophavila por duas vezes, quando foi medicado e liberado. O caso chama atenção pela coincidência de ser a segunda morte de um adolescente no mesmo dia, após liberação dos médicos em unidade de saúde de Campo Grande. Ao Campo Grande News , o padrasto do menino, Fernando Tavares Dias, contou que o enteado foi diagnosticado com Síndrome de Marfan há três anos, que afeta o coração e exige cuidado com a pressão arterial. A família tentou iniciar tratamento no Hospital Universitário, mas pela demora em conseguir marcar consultas e falhas nos contatos, acabou perdendo vaga e a família tentava incluí-lo novamente no programa. Porém, na madrugada dessa quinta-feira (30), por volta de 00h30, começou sentir muita dor, quando procurou a unidade de saúde e passou pela triagem. Após ser atendido pelo médico de plantão, recebeu medicação e teve alta. “Quando deu 5h da manhã, ele acordou com muita dor de novo, se contorcia na cama, dizia que sentia muita dor no peito, nas costas e voltou para o posto de saúde. Ficou lá até 13h30, quando foi liberado de novo”, disse Fernando. Após a segunda alta, foi para casa da avó, onde tomou banho e deitou em uma rede. Mas como continuava sentindo muita dor, o padrasto fez massagem no peito e pediu que ele deitasse no quarto. Próximo das 17h, Fernando entrou no cômodo, conversou com Kauan, informando que iria para o trabalho. A mãe também estava no serviço e o adolescente ficou aos cuidados da avó. Cerca de 30 minutos depois de chegar ao serviço, o familiar recebeu ligação da mãe e foi informado que o enteado não estava respirando. “Eu acredito que ele estava dormindo na hora que faleceu. O bombeiro foi chamado, tentou reanimar, mas não teve jeito”, lamentou o padrasto da vítima. Ao ser questionado quanto ao atendimento, Fernando afirmou que tudo poderia ter ocorrido de forma diferente. “Se pelo menos encaminhassem para um hospital, porque a gente sabe que no posto, se a pessoa com está com dor tem que encaminhar, porque ali não tem como você fazer raio-x, se mandasse para um hospital teria como”, disse. Abertura de sindicância – Mais cedo, a Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, informou que uma sindicância seria aberta para apurar as circunstâncias do caso. “São graves e vamos apurar se todos os procedimentos foram tomados. Será aberta sindicância e, caso necessário, processo administrativo”, disse. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foi novamente questionada pela reportagem sobre o caso, mas não retornou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto. A doença – A síndrome de Marfan, doença diagnosticada em Kauan há alguns anos, é hereditária e afeta o tecido conjuntivo como coração, olhos, vasos sanguíneos e ossos. Pessoas que possuem essa condição geralmente são magras e possuem alguns membros mais alongados.   O tratamento inclui medicamentos para manter a pressão arterial baixa, óculos ou lentes de contato, além de cirurgia. Outro caso –  Também nessa quinta-feira (30), outro adolescente, de 13 anos, morreu em Campo Grande após procurar atendimento médico, mas desta vez na UPA (Unidade   Pronto Atendimento) Leblon. Segundo a polícia, ele começou a sentir dores fortes nos testículos e procurou a unidade de saúde, onde recebeu medicação e foi liberado. Contudo, durante a tarde, voltou a passar mal e a dor irradiou-se para o peito. O rapaz procurou novamente a UPA Leblon, mas já em estado mais crítico, sendo encaminhado para o Hospital Regional, onde teve parada cardíaca e morreu. O caso também foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e será investigado pela Polícia Civil. Os corpos dos adolescentes foram encaminhados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passarão por necropsia para atestar as causas das mortes. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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