Pet não é brinquedo e adoção é para quem dá conta de um compromisso - BET813 - Melhor Entretenimento Pet não é brinquedo e adoção é para quem dá conta de um compromisso - BET813 - Melhor Entretenimento

Pet não é brinquedo e adoção é para quem dá conta de um compromisso

Adotar um pet pode ser um gesto de amor, mas também é uma decisão que vai muito além de se encantar e levar um animalzinho bonito para casa. Ter um bicho de estimação é para quem sabe lidar com a responsabilidade, dedicação e cuidados que impactam diretamente a saúde e o bem-estar do animal, assim como a ideia de que a rotina pode mudar. Desde a adaptação ao novo ambiente até a atenção com alimentação, saúde e comportamento, cada detalhe conta para garantir uma vida feliz ao pet, e isso exige que os tutores estejam preparados para assumir essa missão. Acima de tudo, a adoção consciente é essencial para evitar abandonos futuros e garantir uma boa relação. Segundo a médica veterinária Valentina Klein Polanczyk Bieger, tão importante quanto preparar o ambiente para a chegada do pet é levar em consideração que, ao tomar a decisão de adotar, a rotina do tutor vai mudar, e novos gastos, responsabilidades e compromissos surgirão no dia a dia. Isso inclui manter a vacinação em dia, cuidar da alimentação, limpar os dejetos do animal, observar se está tudo bem com ele e levá-lo ao veterinário quando necessário. Se há disposição para assumir esse compromisso, o próximo passo é verificar se o ambiente é adequado às necessidades do animal. Segundo a profissional, a primeira coisa a se considerar em relação ao ambiente é determinar locais onde o pet poderá fazer suas necessidades fisiológicas, para evitar dores de cabeça no futuro. No caso de filhotes, isolá-los em ambientes específicos da casa, com pote de comida, água e espaço adequado para fazer xixi, pode ser uma alternativa para facilitar a adaptação e acostumar o pet ao novo lar. “Tem que ter em vista o que ele precisa. Por exemplo, se for um gatinho, já é bom introduzir uma fonte de água ou espalhar potinhos por toda a casa. Se for um filhote de cão, ele vai fazer xixi no tapete higiênico, na calha, na graminha? Tudo isso tem que ser levado em consideração”, explica Valentina. Lidando com o temperamento É muito difícil prever se o pet será tranquilo, agitado ou obediente. Normalmente, ao chegar a um novo lar, é natural que ele tenha curiosidade e explore a casa, por isso a adaptação do ambiente é tão importante. “Tudo para eles é novidade. Existe também a questão de que alguns cães têm o hábito de roer. Então, pode ser que, num primeiro momento, enquanto ainda estão descobrindo a casa, apresentem esses comportamentos que nós, humanos, não gostamos, pois acabam danificando objetos. Por isso, é importante separar um espaço que não seja tão passível de danificação, até que ele entenda que não precisa fazer isso e que tem outros meios de gastar energia”, orienta Valentina. A veterinária recomenda que os tutores adotem uma postura de educação positiva com os animais recém-chegados, ensinando o que é certo e errado e estabelecendo regras dentro de casa, oferecendo recompensas a cada atitude positiva do cão ou do gato. Além disso, ela ressalta a importância de impor limites, tanto de território quanto de comportamento, para evitar que os pets desenvolvam agressividade no futuro. Maus tratos e abandono  Animais, principalmente os resgatados, podem vir com um histórico de maus tratos e abandono, e podem apresentar uma postura mais defensiva ou reclusa. A veterinária explica que nesses casos a melhor forma de ganhar a confiança é dar espaço à e trabalhar a aproximação aos poucos. Isso exige tempo e paciência, e muita atenção aos sinais, para descobrir quais são os gatilhos que desperta as “lembranças” das agressões. “É uma situação muito difícil e que às vezes demanda tempo. Normalmente a gente não tem um cão que foi resgatado de maus tratos apresentando um comportamento carinhoso, mais alegre, num primeiro momento. Isso pode levar até meses para eles realmente entenderem  que não vão ser maltratados”, detalha.  Uma forma de fazer o animal entender que o novo tutor não é uma ameaça, é oferecer petiscos e recompensas para atrair a atenção do animal, e demonstrar que você está ali para cuidar dele, e não maltratar.  Outra dica de Valentina é identificar se o animal sente medo de algum utensílio, como rodo, vassoura, ou qualquer outro objeto comum dentro de casa que possa ser sido utilizado para maltratá-lo. A ideia é deixar esses objetos no mesmo local em que o cão ou o gato está, sem ele notar, para que perceba que na nova casa, não será utilziado contra ele. “Tudo tem que ser feito de forma lenta e gradual, com um reforço profundo e positivo [de que não sofrerá mais maus tratos]. Você pode oferecer a ração na mão, e tentar fazer um carinho enquanto ele come, por exemplo, mas nunca pegar no colo, já fazer gestos de amor exagerados num pet que ainda tem muitos traumas e muitos receios de tudo que ele já viveu”, orienta.  Lares que já tem pet Quando a casa já tem animais de estimação e chega um novo membro para a família, Valentina explica os tutores precisam ter em mente que, dependendo do caso, a adaptação pode levar tempo e paciência.  Em sua experiência, ela observa que no caso das cães, a aproximação acontece de maneira mais natural e fácil, mas o mesmo pode não acontecer com os gatos.  “Quando são dois gatos, a gente tem uma dificuldade a mais, especialmente se o primeiro for mais territorialista. E para espécies diferentes, como cachorro e gato, a gente também pode ter uma dificuldade a mais pela questão territorial e pelos hábitos diferentes”, explica.  O ideal é manter os pets separados no início, e trabalhar a convivência de maneira gradativa, dando pequenos passos de cada vez. Algumas dicas são sempre respeitar o espaço de cada animal, e não forçar a interação, permitindo que aconteça de maneira natural.  Para isso, os tutores podem trabalhar o convívio de maneira indireta, permitindo que os pets tenham contato visual, sintam o cheiro e a presença um do outro, e, em hipótese alguma, deixar os animais sozinhos no mesmo ambiente sem supervisão. O monitoramento deve ser constante, e o tutor deve se atentar aos sinais, tanto negativos quanto positivos, como rosnados ou posturas defensivas.  Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Avatar photo

By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.