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Igrejas evangélicas nos EUA esvaziam com deportações de Trump e pastores reclamam

silas malafaia andré valadão

De acordo com informações da BBC Brasil, diversas igrejas evangélicas nos Estados Unidos estão ficando vazias com as deportações de Donald Trump. Recentemente, o atual presidente dos EUA autorizou que as prisões de imigrantes sejam realizadas dentro dos próprios templos religiosos.

Relatos revelam que fiéis estão evitando cultos por medo de serem detidos, mesmo em ambientes tradicionalmente considerados seguros. “Os cultos estão bem mais vazios. As pessoas estão com medo até de ir para a igreja”, afirma uma estudante brasileira em uma cidade americana com alta concentração de imigrantes do Brasil.

Além das igrejas, Trump também permitiu que as detenções de imigrantes aconteçam em escolas e clínicas.

Em Nova York, uma igreja chegou a colar um aviso na porta alertando que o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) só pode entrar no local com autorização judicial. A ação simboliza a tensão que permeia esses espaços. Fernanda (os nomes são fictícios por razões de segurança dos personagens), que frequenta uma igreja em Massachusetts, conta que até ela reduziu a presença nos cultos: “A gente nunca sabe o que pode acontecer”.

O clima de apreensão é alimentado por relatos de deportações de imigrantes sem antecedentes criminais, contrariando o discurso oficial de que o foco são “criminosos”. Rafael, evangélico sem documentos na Flórida, revelou que sua advogada orientou evitar não apenas mercados e festas, mas até aglomerações religiosas: “O medo aumentou, mas seja feita a vontade de Deus”, resigna-se.

Embora o governo afirme priorizar deportações de pessoas com crimes graves, a definição ampla de “criminoso” — incluindo quem violou leis migratórias — e a prática de detenções em massa em residências ou locais públicos geram o chamado “dano colateral”.

Dinorah, da Carolina do Norte, resume: “Se você estiver perto de alguém com problemas, vai ser levado junto”.

Pastores também sentem o impacto. Um líder de igreja em Orlando, que preferiu anonimato, admitiu que o fluxo de fiéis diminuiu e reforçou que a comunidade não incentiva imigração irregular. “Não oferecemos auxílio jurídico a quem está ilegal”, disse, em um sinal de como o tema se tornou tabu até em espaços religiosos.

Além de evitar igrejas, brasileiros relatam isolamento social. Junior Pena, influenciador com milhares de seguidores, orienta: “Andamos pisando em ovos”. Ele cancelou uma viagem ao Alasca por medo de voos domésticos, enquanto outros evitam até supermercados étnicos.

Para Fernanda, o fenômeno nas igrejas evangélicas é sintomático: “O templo está mais vazio, e isso reflete o desespero de quem vive na sombra”. Enquanto a Casa Branca defende suas políticas como “proteção nacional”, a comunidade brasileira enfrenta uma realidade onde até a fé é abalada pelo medo de estar “no lugar errado, na hora errada”.

Em suas redes sociais, o Pastor Silas Malafaia, líder da ADVEC, abordou o tema dizendo que ele “concorda em parte” com as medidas de Trump.

“Deportar gente que tem ficha criminal está certo”, diz o extremista religioso, que cita versículos bíblicos para fundamentar que os “estrangeiros trabalhadores” não deveriam ser atingidos com a política de imigração do republicano.

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By Thiago Gabriel

Sou um editor de notícias especializado em eventos políticos, econômicos e de jogos online.

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