O debate atual no Brasil é a posse de Trump e seus primeiros decretos. A imprensa, e as redes sociais brasileiras, ungiram Elon Musk como o príncipe do imperador Trump. Apenas noticia sem fundamento, como tantas outras, que vicejam no mundinho tropical atrasado e desinformado. Musk está encarregado de restabelecer um mínimo de competência no mal organizado e preguiçoso mundinho do serviço público norte-americano. Apenas um exemplo: o prédio do nosso correspondente Ministério das Minas e Energia comporta e estão contratados mais de 4.000 funcionários, e apenas 08 deles comparecem ao trabalho. Não errei a digitação. É isso mesmo: oito. É tão ou mais incompetente quanto o brasileiro. E só, nada mais. Não há interesse para o mundo. Mas a assunção de Robert Kennedy Junior é outra conversa. O grande inimigo das vacinas. Em maio de 2021, logo quando as vacinas da covid começavam a aparecer por meio mundo, esse famigerado Kennedy solicitou formalmente que a FDA – a agencia de medicamentos dos EUA – que rescindisse a autorização que havia outorgado a esses fármacos e que, logo a seguir, renunciasse aprovar qualquer outra vacina contra a covid no futuro. Já então, as estimativas cientificas indicavam que as vacinas anti-covid tinham salvado 140.000 vidas só nos Estados Unidos. Uma organização contra as crianças? Esse Kennedy, sobrinho de JFK, dirigia então uma organização chamada paradoxicamente de “Defesa da Saúde das Crianças”, que ele mesmo havia fundado. Sua solicitação ao FDA proclamava – sem provas – que os riscos da vacina superavam os benefícios, e propunha substituí-las por tratamentos como a hidroxicloroquina, que já então tinha se demonstrado ineficaz. O problema para o mundo é que a FDA estará agora sob o comando de Kennedy. E essa agência é a mais respeitada e influente em seu setor. Retirada de 16% da Organização Mundial da Saúde. Donald Trump e seu Kennedy de estimação, firmaram um acordo para a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde. Trump já havia tomado essa atitude no seu primeiro reinado. Como os Estados Unidos é o principal contribuinte de fundos para esse órgão das Nações Unidas, aportando 16% do total mundial, seu abandono causará gravíssimos problemas para a saúde humana, sobretudo para os países em desenvolvimento. Os cientistas mais sóbrios preveem uma catástrofe. Espero que estejam errados.