Quando se trata de um clássico reimaginado como Final Fantasy VII Rebirth, a expectativa é sempre alta. E, como jogador da Master Race, admito que minha primeira reação ao saber que o jogo finalmente chegou ao PC foi um misto de euforia e… ceticismo. Afinal, quem jogou o Remake sabe que o lançamento para PC foi, digamos, um desastre técnico digno de ser esquecido.
Mas aqui estamos, com uma nova tentativa da Square Enix de nos conquistar. Será que conseguiram? Segura a kunai e vem comigo.
O Grande Retorno (Agora no Hardware Certo)
Quando você pensa em Final Fantasy VII, o que vem à mente? Épicas batalhas, personagens icônicos e cenários deslumbrantes. Agora imagine tudo isso rodando em um RTX 4070 ou superior. Sim, essa é a experiência que Rebirth entrega no PC – uma evolução clara sobre o PS5. Aliás, vamos ser sinceros, console pode até ser bom, mas PC é onde a mágica realmente acontece.
Lembra daquela escolha absurda no PS5 entre 30 fps com visuais nítidos ou 60 fps com gráficos lavados? Pois é, aqui no PC essa tortura mental foi substituída por fidelidade gráfica e desempenho de verdade. Nada de sacrificar qualidade para alcançar fluidez. Quer 4K com 60 fps? Pode configurar. Quer ultrapassar essa barreira com monitores de 120 Hz? O PC sorri e responde: “Fácil, parceiro”.
Quando a Beleza Encanta e a Performance Não Engasga
Logo de cara, Rebirth já mostra a que veio: texturas melhoradas, iluminação e sombras absurdamente detalhadas, e suporte a DLSS que faz tudo parecer ainda mais fluido. A mágica do DLSS 3 permite jogar em 4K mesmo em máquinas intermediárias, enquanto as GPUs da série RTX 40 praticamente riem na cara de qualquer cenário pesado.
Ah, e sobre o famigerado carregamento de shaders, que no passado fazia qualquer um repensar a vida enquanto esperava, aqui ele está presente, mas menos doloroso. Não vou dizer que a experiência é 100% fluida – ainda existem travadinhas ocasionais, especialmente em áreas mais abertas – mas, comparado ao desastre técnico do Remake, isso é um upgrade digno de aplausos.
E, claro, enquanto a iluminação brilha e as texturas encantam, há aquela cereja do bolo: a trilha sonora. Se você não se emocionar ao ouvir o tema de Gaia enquanto explora as vastas colinas verdes ou as montanhas cobertas de neve, talvez precise de uma dose de Fênix Down para reacender seu coração gamer.
Jogabilidade Refinada: Uma Dança de Espadas e Estratégia
A verdadeira força de Rebirth, porém, está em seu sistema de combate. Misturando ação em tempo real com o charme tático do ATB, o jogo entrega uma experiência que faz até os jogadores mais exigentes largarem a cadeira com um sorriso no rosto. Cada luta é como um xadrez acelerado: você calcula cada movimento, distribui habilidades e, ao mesmo tempo, se sente no controle total da ação.
O ponto alto? A personalização. Com membros da equipe tão distintos como Tifa, Cloud e até aquele esquisito Cait Sith, cada batalha é um espetáculo à parte. O sistema de sinergia entre personagens é a cereja no bolo, permitindo combos que misturam estratégia com fan service. Porque, convenhamos, quem não quer ver Barrett e Aerith trocando olhares enquanto detonam monstros juntos?
A Experiência PC: Onde Até o Chocobo Corre Melhor
Enquanto os jogadores de console ainda discutem qual modo gráfico escolher, nós no PC desfrutamos de liberdade total. Quer aumentar a resolução dinâmica? Vá em frente. Prefere manter os visuais no ultra e ativar VRR? Sem problemas. Mas, é claro, nem tudo são flores no jardim de Gaia. A Square Enix ainda insiste em escolhas de design questionáveis, como a necessidade de sair do jogo para alterar a resolução em tela cheia. Sério, em que ano estamos?
Outro ponto que merece uma nota é o sistema de suavização de imagem. Apesar de oferecer DLSS, TAA e TAAU, a configuração não é tão intuitiva quanto deveria. Quem já jogou outros títulos sabe que opções como DLSS Qualidade, Balanceado ou Desempenho seriam muito mais práticas. É um detalhe, mas são essas pequenas coisas que fazem diferença.
Narrativa e Explorando Gaia: O Mundo Aberto Que Nem Sempre Convence
Se há um ponto onde Rebirth tropeça, é na sua tentativa de justificar ser o segundo capítulo de uma trilogia. O jogo apresenta uma narrativa mais robusta que o Remake, mas ainda sofre de “síndrome de enchimento”. Entre missões secundárias genéricas e minigames que variam entre o brilhante e o medíocre (alô, corrida de chocobos mal ajustada), às vezes parece que estamos em um MMORPG mal planejado.
No entanto, quando Rebirth acerta, ele acerta em cheio. Os momentos de exploração no mundo aberto, cercado por paisagens deslumbrantes, nos fazem lembrar por que amamos RPGs. O problema? A Square parece obcecada em nos fazer subir torres para revelar mapas ou catar flores aleatórias no campo. Honestamente, se eu quisesse simular tarefas repetitivas, abriria um Google Sheets.
Comparações e Referências: Um Jogo em Busca de Sua Identidade
Ao jogar Rebirth, é impossível não pensar em outros jogos que tentaram (e às vezes falharam) em alcançar essa ambição. Comparado a algo como The Witcher 3, que entregou um mundo aberto cheio de histórias impactantes, Rebirth ainda parece hesitante em sua execução. Por outro lado, o combate e a apresentação visual colocam-no bem acima de títulos como Final Fantasy XV, que, sejamos honestos, era mais sobre direção de arte do que substância.
Prós e Contras
Prós:
- Gráficos e performance: A versão PC deixa os consoles comendo poeira.
- Combate viciante: Mistura perfeita de ação e tática.
- Trilha sonora impecável: Cada música é uma obra de arte.
- Personalização gráfica: Liberdade para ajustar conforme sua máquina aguenta.
- Narrativa emocional: Momentos que ainda capturam o charme do original.
Contras:
- Missões secundárias genéricas: Não fazem jus ao potencial do mundo aberto.
- Decisões técnicas estranhas: Alterar resolução no PC deveria ser mais simples.
- Minigames irregulares: Alguns brilham, outros parecem fillers sem alma.
- Excesso de tarefas repetitivas: A Square ainda não entendeu que menos é mais.
Nota Final: 9/10
No final, Final Fantasy VII Rebirth no PC é um triunfo técnico e um deleite para os olhos. Mas também é uma experiência que nem sempre sabe para onde está indo. Se você está aqui pelo combate, pelos visuais ou simplesmente para revisitar um dos mundos mais amados dos videogames, prepare-se para um espetáculo. Só esteja ciente de que, em meio a tanta beleza, ainda existem algumas rachaduras na superfície. Então, sim, é hora de ligar aquele RTX, ajustar o DLSS e mergulhar em Gaia como ela merece ser vista: em sua melhor versão possível – no PC, é claro.
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