Reflector Entertainment, aquele estúdio que chegou prometendo criar um universo transmidia revolucionário com Unknown 9: Awakening e, em vez disso, nos entregou o mais clássico dos tropeços corporativos. É a segunda rodada de demissões em dois meses, e a Bandai Namco, sua dona, está claramente mais focada em “cortar as gordurinhas” do que em manter o sonho vivo.
O Fiasco do “Transmedia Universe”
Lembra daquela promessa de um universo “interligado” que ia redefinir como experimentamos histórias? Pois é, Unknown 9 tinha tudo para ser a porta de entrada de uma nova era de narrativa nos games. Mas, aparentemente, essa porta era de papelão molhado. O jogo não só fracassou em entregar o que prometia, como também deixou claro que o conceito de “transmídia” ainda é mais buzzword do que realidade.
Segundo o CEO da Reflector, Herve Hoerdt, a ideia era “ambiciosa e corajosa”. Bem, se gastar rios de dinheiro em algo que claramente não era viável é corajoso, eles merecem uma medalha. O problema é que “ambição” sem planejamento vira só um salto no escuro – e, pelo jeito, esse salto foi direto no buraco do fracasso comercial.
Demissões em Massa: O Clássico Final Boss
E aqui estamos de novo, vendo uma empresa culpar seu fracasso em um “projeto audacioso” e cortar pessoal como solução. De acordo com o comunicado oficial, o estúdio está reduzindo sua equipe de suporte e encerrando um projeto ainda em fase de concepção. Traduzindo: o barco já estava afundando, e agora eles estão jogando fora até os coletes salva-vidas.
É curioso que apenas no ano passado, quando 18% da equipe foi demitida, a Reflector garantiu que isso não tinha nada a ver com “pressões externas ou comerciais”. Ah, claro, porque todos sabemos que cortar quase um quinto da equipe é apenas uma “decisão estratégica” casual. Agora, com o fim de Unknown 9 e mais cortes, fica claro que essa narrativa era tão sólida quanto o planejamento do tal universo transmídia.
“Apoio Adequado” e o Consolo dos Vencidos
Para aliviar o golpe, Hoerdt garantiu que os funcionários afetados receberão “pacotes de indenização adequados”, benefícios de saúde estendidos, acesso a serviços de aconselhamento e suporte proativo para planejamento de carreira. Ótimo, porque nada diz “desculpa pelo desastre” como um pacote de benefícios que mal cobre a dor de ver seu trabalho descartado como uma ideia ruim de DLC.
O Que Deu Errado?
Unknown 9 não apenas fracassou comercialmente, como também falhou em capturar a imaginação dos jogadores – algo fatal em um mercado onde até Goat Simulator consegue encontrar sua fatia de fãs. A verdade é que o estúdio parecia mais preocupado em criar um “storyworld” do que em fazer um jogo que realmente fosse divertido.
A ideia de misturar diferentes mídias é ambiciosa, mas exige execução impecável. Caso contrário, acaba sendo só um monte de partes desconexas que não somam nada significativo. É como tentar montar um quebra-cabeça com peças de diferentes jogos – no final, não dá pra chamar isso de arte, só de bagunça.
Bandai Namco: O Que Restou?
Com a Reflector agora se concentrando em um único projeto baseado em uma IP existente da Bandai Namco, é difícil não sentir que o estúdio está sendo “reformado” para algo mais seguro e previsível. Não que isso seja ruim – mas o fato de que a Bandai Namco ainda tem fé em produzir “conteúdo ocidental para audiências globais” soa como uma tentativa desesperada de salvar a cara.
Lições (Não Aprendidas)
Se há algo a aprender com essa situação, é que “pensar grande” não pode ser um substituto para um planejamento sólido e realista. Unknown 9 deveria ser o ponto de partida de algo grandioso, mas acabou sendo só mais um lembrete de que promessas vazias e hype exagerado não bastam para manter uma empresa – ou seus funcionários – em pé.
Ficamos agora com a promessa de que a Bandai Namco continuará a investir em novas ideias, mas só o tempo dirá se elas aprenderam alguma coisa com esse fiasco. Enquanto isso, para a Reflector, parece que o único “universo” que sobrou é o das más decisões.
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