É o nono dia de viagem da comitiva de Pantaleão Flores, de 67 anos, que pela primeira vez conduz o gado da raça angus pelas estradas do Estado em percurso que deverá durar 40 “marchas”. Ao todo, 1.350 cabeças de gado angus saíram de Aquidauana, onde nasceram e foram criados até agora pelo comerciante. O gado tem como destino Corumbá, onde deverão servir de matriz, ou seja, para a reprodução. De costume, a raça é transportada por caminhão, mas pela dificuldade do acesso, a comitiva foi a melhor alternativa. “Nessa região não vai caminhão, é só por terra mesmo, se fosse de caminhão também não daria porque é muita água e na época de seca só carro traçado”, explica o comerciante. Pantaleão, mais conhecido como Panta, tem 50 anos na atividade, onde diz ter nascido e crescido. Não é a primeira vez dele acompanhando uma comitiva, mas essa é a estreia do gado angus, que tem suas diferenças quando comparado à raça nelore. “Tem um pouco [de diferença] porque é um gado dócil, bem manso. O nelore é mais ligeiro, mais leve, diferente do outro”, relata o comerciante. As 1.350 cabeças de gado, segundo Panta, não tem idade precisa, mas a média é de 12 a 24 meses. Hoje, a comitiva formada por sete pessoas, sendo um cozinheiro, um ponteiro, um capataz e quatro peões, está em Rio Verde de MT, a 203 km da Capital. Imagens feitas pelo fotógrafo Jairton Costa mostram como tem sido esses últimos dias da comitiva que está conduzindo o gado angus. Apesar de saber como é a vivência de uma comitiva, devido às experiências anteriores, incluindo a gravação do filme “A peoa”, ele expõe que essa tem sido diferente devido ao contato com o gado angus. Futuramente, esse gado que está sendo remanejado para a divisa do Estado deverá ser comercializado. O valor de cada cabeça é definido conforme o peso, porém o comerciante estima que hoje o mercado pague em torno de três mil pela cabeça da raça angus. Gado angus – Raça de bovinos é voltada para a produção de carne, originária da Escócia, sendo reconhecida oficialmente apenas no século 19 e é uma das mais antigas do mundo. Criada no País há mais de 100 anos, a raça angus apresenta uma carne macia, mais suculenta e com um sabor que a coloca em destaque no mercado. No Brasil, a Associação Brasileira de Angus promove apoio técnico para valorizar o trabalho dos criadores da raça angus. A entidade criou, em 2003, o Programa Carne Angus Certificada para valorizá-la ainda mais. Através da associação, indústria frigorífica, varejos e restaurantes, técnicos da entidade acompanham todo o processo de produção dos cortes que levam o selo de certificação. Em Campo Grande, o corte angus tem preços variados, podendo chegar a R$ 109, 90 kg. No mercado do Bairro Santa Fé, o filé mignon sai por esse valor, enquanto outros, como patinho e coxão duro custam, respectivamente, R$ 53,90 e R$ 46,90. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .