A fonte da juventude e o veneno das salsichas

Pelo que sabemos, Heródoto fez alusão ao mito da fonte da eterna juventude em uma de suas historias. Faz referencia a um encontro entre o rei da Etiópia e os embaixadores persas (atuais iranianos) que, assombrados pela longevidade dos etíopes – mais de 120 anos – são conduzidos a uma fonte de água, razão de suas longas vidas. Foi assim que nasceu esse mito tão famoso. Botox, a fonte da juventude. Passaram milhares de anos até que a fonte da juventude, ou melhor, a fonte da eterna aparência, se achara na toxina botulínica elaborada por uma bactéria denominada Clostridium botunlinum, que é conhecida como botox. Essa descoberta é tão fantástica quanto o mito dos etíopes. A estética é um campo da filosofia baseada na beleza que a modernidade quis ser ajudada por um veneno. Sim, o botox não passa de um veneno que pode ser usado não só para matar mas para relaxar músculos e reduzir rugas. Veneno das salsichas. Foi o medico e poeta alemão Justinus Kerner, quem denominou essa substância de “veneno das salsichas” devido a frequentes intoxicações provocadas pela bactéria que trazia esse embutido. Foi a partir daí que o envenenamento causado pela bactéria passou a ser denominada de “botulismo“, do latim “botulus”, que significa salsicha. É uma doença gastrointestinal de diagnóstico grave. Em seus estudos, o alemão descreveu a paralisia neuromuscular que sofriam pessoas intoxicadas. O presunto envenenado e a banda musical. Foi no ano de 1.895 que na Bélgica os membros de uma banda de musica se intoxicaram com o presunto de um jantar. O microbiólogo Emile Pierre Van Ermengen estudou distintas amostras do presunto ingerido assim como os órgãos dos músicos mortos. Conseguiu isolar a bactéria que denominou “Bacillus botulinus”. A partir de então, as portas da ciência se abriram aos usos medicinais desse veneno.