Alvo de uma invasão relâmpago de sem-terra no último fim de semana, a Fazenda São Marco, da família Bumlai, em Dourados, não se enquadra nas regras para ser destinada à reforma agrária. De acordo com o superintendente do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto da Silva, a fazenda não está na lista de grandes devedores da Receita Federal (dívida tributária) e não é improdutiva. O instituto consultou o proprietário sobre a possibilidade de vendas, mas o dono não teve interesse na proposta. Diante da demanda social em frente ao local, com um grande acampamento, o superintendente fez consultas sobre a área. “Fui ver a possibilidade de assentar as famílias. Essa fazenda não está na lista de grandes devedores, todo ano tem produção e o proprietário não quer vender para o Incra. Não tem nenhuma possibilidade, neste momento, daquela propriedade vir para o Incra. E não vamos fazer expropriação. Fazemos reforma agrária dentro dos parâmetros legais”, diz Paulo. A propriedade pertence a Fernando de Barros Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai. Na área, funcionava a Usina São Fernando, vendida em 2022 por R$ 661 milhões para ser desmontada. A invasão pela Frente Camponesa de Luta foi no sábado (dia 18). No dia seguinte, domingo, aconteceu a desocupação após intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Durante a ação policial, foram apreendidos facões, foice, enxada, “miguelitos” (tábuas de madeira com pregos voltados com a ponta para cima), arame farpado, coquetéis molotov prontos (um deles com rojão acoplado), fogos de artifício e gasolina em galões. A reportagem não conseguiu contato com Fernando Bumlai. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .