Após a campanha temporária de vacinação para o público de 4 a 59 anos, a rede municipal de saúde de Campo Grande ainda conta com um estoque de 16 mil doses de vacina contra a dengue, que serão destinadas exclusivamente ao público-alvo de 10 a 14 anos, como parte da campanha regular de vacinação. A confirmação foi feita pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) nesta terça-feira (21). De acordo com a Sesau, não há falta de imunizantes para a dengue em Campo Grande. As doses estão disponíveis nas salas de vacina das 74 USFs (Unidades de Saúde da Família) espalhadas pela cidade. Na última sexta-feira (17), com autorização do Ministério da Saúde e da SES/MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul), a Sesau liberou a vacinação para as faixas etárias de 6 a 16 anos e, posteriormente, para 4 a 59 anos, como parte da campanha temporária. O objetivo era evitar o desperdício de doses próximas ao vencimento. Em menos de 24 horas, todas as 3.139 doses disponíveis foram consumidas nas unidades de saúde da família, e consequentemente, encerrando a campanha. É importante ressaltar que, atualmente, o grupo prioritário para as doses disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Embora todas as faixas etárias tenham as mesmas chances de contrair a doença, que se espalha por todo o Brasil, e apresentem a mesma evolução clínica, essa faixa etária, de acordo com o Ministério da Saúde, concentra o maior número de hospitalizações por dengue. “Isso acontece porque o principal fator de risco de desenvolvimento da doença grave é na segunda infecção. E nos locais de maior transmissão, em geral, acomete os adolescentes já que foram expostos à primeira infecção na infância”, explica o infectologista e presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, à Revista Veja. Eficácia por sorotipos – De acordo com dados divulgados pela SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações), a vacina Qdenga demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos, contra o DENV-2 em 95,1% e contra o DENV-3 em 48,9%. Durante o estudo, o DENV-4 não foi avaliado devido à baixa ocorrência de casos causados por esse sorotipo. A SBim também comprova a eficácia da vacina nos casos de hospitalizações por “dengue confirmada laboratorialmente”, com proteção geral de 84,1%, sendo semelhante entre soropositivos (85,9%) e soronegativos (79,3%). É importante destacar que, embora o sorotipo DENV-3 tenha sido identificado em estados vizinhos e exija atenção redobrada, Campo Grande ainda não registrou casos desse sorotipo, conforme informado pela Sesau. “A prevenção e conscientização contínuas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde têm sido fundamentais para evitar a introdução do sorotipo na cidade”, afirmou a pasta em nota. Em 2024, todos os casos suspeitos de dengue em Campo Grande foram negativos para o DENV-3. Desde 2007, o município não registra esse sorotipo, mas, dada a rápida transmissão da doença, a Sesau afirma que está em “monitoramento e vigilância constante”. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .