O método cowsignals (sinais da vaca), desenvolvida na Holanda, está oferecendo uma nova abordagem no manejo de bovinos de leite no Brasil ao integrar ciência e observação prática. Baseado na análise de seis parâmetros fundamentais – espaço, ventilação, iluminação, alimentação, água e conforto – o método busca aprimorar o bem-estar e a produtividade dos animais. “O manejo e o meio ambiente são responsáveis por cerca de 70 a 75% da performance animal, enquanto a genética contribui com 25 a 30%. Essa porcentagem exemplifica a importância de oferecer condições adequadas para maximizar o potencial produtivo, seja em bovinos de leite ou de corte. A metodologia científica permite identificar gargalos no manejo e no ambiente que impactam diretamente a saúde e a produtividade dos animais. Diversos aspectos, como alimentação de qualidade, oferta de água, conforto, espaço, sanidade e higiene, são avaliados de maneira integrada”, explica Wiliam Tabchoury, engenheiro agrônomo e gerente de bovinos de indústria de nutrição. O especialista reforça que a saúde e o bem-estar da vaca também podem ser avaliados pelos sinais emitidos por ela no dia a dia. Um exemplo é o estado de enchimento ruminal, que indica se ela se alimentou bem nas últimas 24 horas. A caixa torácica cheia sinaliza boa alimentação na última semana, enquanto o estado corporal adequado reflete nutrição consistente nos últimos 30 a 60 dias. Outros sinais observados incluem claudicação, lesões, higiene e comportamento, como o tempo em que o animal passa deitado. “Esses parâmetros nos ajudam a ajustar o manejo e o ambiente, garantindo que os animais expressem seu máximo potencial produtivo. A adoção do método “sinais da vaca” vem ganhando espaço no Brasil, mostrando que a combinação entre ciência e práticas de manejo podem revolucionar a pecuária, promovendo sustentabilidade e eficiência na produção”, comenta o engenheiro agrônomo. Pecuária leiteira em MS Atualmente, o Estado tem 12 mil produtores de leite, aproximadamente, que fornecem mais de 90% do leite para as indústrias do Mato Grosso do Sul e parte para o Paraná e São Paulo. O MS apresenta três polos de produção de leite, localizados nas regiões leste, central e sul, com 30 municípios representando mais de 68% da produção do Estado. A captação de leite no Estado, janeiro a outubro de 2024, totalizou 138,9 milhões litros, foi 0,6% menor que o mesmo período de 2023, quando foram captados 139,8 milhões de litros de leite.