No Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado hoje, 21 de março, conhecemos a história de Samuel e seus pais, Nathalia Rocha Grabowski Silva, 37 anos, e Cleiton Carlos da Silva, 39 anos. Um vida marcada pela surpresa, pela superação e, sobretudo, pelo amor incondicional. A gravidez de Nathalia seguia normalmente até o oitavo mês, quando um ultrassom revelou algo inesperado. “Recebemos a notícia de que algo ‘estava errado’ (essas foram as palavras do médico) ao fazermos uma ultrassonografia de rotina”, recorda. O profissional destacou alterações nas características físicas do bebê, mas sem mencionar a síndrome de Down. “Finalizou o atendimento dizendo: ‘bom, agora é esperar o nascimento e ver o que ele tem’.” Naquela mesma madrugada, o inesperado se intensificou. Nathalia passou mal e foi levada à maternidade, onde descobriu que já estava em trabalho de parto. Samuel nasceu com 36 semanas, prematuro e cercado de dúvidas. O nascimento de Samuel confirmou as suspeitas. “Recebemos a notícia de que nosso pequeno tinha características de T21 (olhos puxadinhos, orelhas pequenas e baixas), mas nenhum diagnóstico poderia ser informado até o exame específico ser realizado”, conta Nathalia. O exame genético (cariótipo) demorou 20 dias, mas a família já sabia a resposta. O primeiro desafio foi a saúde. Samuel nasceu com esforço respiratório e precisou de internação. “Foram longos 25 dias no hospital, sendo 14 na UTI e 11 na UCINCO. Passamos o Natal e o Ano Novo praticamente morando no hospital.” Apesar de ser assistente social e atuar na área da pessoa com deficiência há mais de 10 anos, Nathalia admite que não estava preparada para essa nova realidade. “Chorava por imaginar o preconceito que ele poderia sofrer, o olhar diferente das pessoas, as longas horas nas salas de espera das terapias.” No entanto, foi nesses espaços que encontrou amor e apoio. “Deus nos presenteou com pessoas maravilhosas, profissionais, terapeutas, grupo de mães… quanto amor estava reservado para nós!” Com o tempo, Samuel ensinou aos pais que cada indivíduo tem um propósito único. “Ele nos mostra todos os dias que Deus o criou exatamente como ele é, porque é assim que Ele vai usá-lo aqui na terra.” A resistência e a falta de aceitação ainda machucam. “Minha maior dor era imaginar Samuel sofrendo por ser visto de forma diferente. Mas uma psicóloga me disse algo que mudou minha perspectiva: ‘O que é ser diferente? Se alguém é magro, é julgado; se é gordo, também. Se é alto, baixo, branco, preto ou amarelo… Todos enfrentamos o olhar do outro em algum momento. O que é ser diferente, Nathalia?’” A resposta às barreiras está na inclusão e na equidade, como destaca Cleiton: “Desejo um mundo com um novo olhar, onde as pessoas com síndrome de Down sejam aceitas, respeitadas e tenham oportunidades para desenvolver seu potencial. Um mundo onde o preconceito seja substituído por empatia, compreensão e amor.” Nathalia compartilha o mesmo desejo. “Quero que Samuel encontre pessoas generosas, que saibam valorizar o privilégio de conviver com ele, aprendendo e crescendo ao seu lado. Que ele brilhe e inspire aqueles ao seu redor (e isso ele já faz muito bem!).” Para aqueles que estão vivendo experiências semelhantes, os pais de Samuel têm um recado de esperança. “Cada criança é única e cheia de potencial. O mais importante é cercá-la de amor, incentivo e oportunidades para crescer no seu próprio ritmo”, destaca Cleiton. “Busquem apoio, confiem em Deus e na força da comunidade. A jornada tem desafios, mas também é repleta de aprendizados e momentos incríveis. Não tenham medo, tenham fé e desfrutem dessa caminhada cheia de amor”, reforça Nathalia. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .