Técnico afirma que nunca se apresentou como oftalmologista para pacientes

Autuado em flagrante por exercício ilegal da profissão, um técnico em optometria de 34 anos, alvo da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), afirmou que nunca se apresentou como oftalmologista e que não tinha convênio com as óticas investigadas pela Polícia Civil. O profissional procurou o Campo Grande News na tarde desta sexta-feira (28) e contou que se mudou de Manaus (AM) para Campo Grande em agosto do ano passado. Depois de se estabilizar em outra profissão, decidiu abrir o consultório onde atende, ao lado da esposa, também técnica em optometria, há duas semanas. Na tarde de ontem, porém, o casal foi surpreendido pela equipe da delegacia no local. “Foi a segunda ou terceira vez que essa ótica levou um paciente lá e eles já chegaram com a polícia. No meu jaleco está escrito ‘optometria’, há placas no consultório informando que sou optometrista, eu sempre me identifico assim. Nunca me passei por oftalmologista”, afirmou. Segundo o técnico, ele não tem convênio com nenhuma das óticas investigadas e recebe integralmente o valor da consulta, que é de R$ 100. “Se essa ótica vende uma consulta mais barata para o paciente, eu não sei. O que eu sei é que recebo o valor integral. Se o paciente não fizer os óculos com eles, talvez a receita fique retida porque a ótica não quer ter prejuízo”, explicou. O profissional ressaltou que, dentro do consultório, apenas emite receitas, permitindo que o paciente compre os óculos onde quiser. “Eu não diagnostico doenças nem prescrevo medicamentos. Faço o exame de refração e entrego a receita para a órtese, ou seja, os óculos”, disse. Após ser levado para a delegacia, o técnico assinou um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) por exercício ilegal da profissão, mesmo apresentando o diploma de técnico em optometria. Agora, aguarda a conclusão do inquérito policial e a decisão da Justiça. Sobre a interdição do consultório, afirmou que já apresentou toda a documentação e que os alvarás estão em dia, mas terá que esperar o fim do Carnaval para retomar os atendimentos. Também aguarda a liberação do equipamento de exame pela perícia. “Não trabalho na ilegalidade. Agora preciso aguardar esse prazo para reabrir. Só queria que as pessoas entendessem que o optometrista pode fazer esse exame e emitir o laudo para a órtese. No meu consultório, ninguém é enganado, nunca precisei fingir que sou oftalmologista”, finalizou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas  redes sociais .