Ontem (26) foi a última vez que o ônibus escolar passou pela Rua Sereia, via principal do Bairro Parque Atlântico, área rural de Campo Grande, na saída para Três Lagoas. A situação da via piorou depois das chuvas dos últimos dias e colocou em perigo alunos e motorista, sob o risco de o ônibus tombar ao passar pelos buracos. Esse caso foi sugerido por um leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas . O Campo Grande News teve acesso a uma mensagem de voz enviada pelo motorista do ônibus, funcionário terceirizado da administração municipal, aos pais dos alunos que ele transportava. Ele afirma que a ordem para não passar pela rua veio da empresa responsável pelo veículo, para manter os estudantes em segurança. “Não tem mais condições de o ônibus passar ali. Por esse motivo, o ônibus vai até o portão; não tem condições de entrar. O ônibus está quase tombando, está muito perigoso. Eu não vou pôr as crianças em risco e também não posso quebrar o ônibus. Se puderem ir até o portão, vocês vão para a escola. Se não, não vai ter como”, explica o motorista. Para chegar até o ônibus escolar no portão da comunidade, algumas crianças e adolescentes precisariam caminhar por até 6 km. Por esse motivo, 12 estudantes não foram ao colégio hoje (27) de manhã. Esse é o caso dos filhos da ajudante de serviços gerais Marília Cavalheiro Alves, de 35 anos. Eles têm 7 e 13 anos e faltaram à aula na Escola Municipal Leovegildo de Melo. “Eles ficam tristes porque querem estudar. Antes de começarem as aulas, nós pedimos providências, porque as ruas já estavam feias, mas nada”, lamenta Marília. Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que “está ciente da situação e, a partir desta sexta-feira (28), os alunos da área em questão receberão apostilas com os conteúdos programáticos, garantindo que o aprendizado não seja comprometido”. A secretaria ainda destaca que, assim que as condições permitirem, o transporte escolar será restabelecido. “Buscamos alternativas para a melhoria da infraestrutura local e manteremos a comunidade informada sobre os próximos passos”, finaliza a nota. Os moradores relatam que soluções paliativas, como patrolar, aterrar e cascalhar a área, já não resolvem mais o problema. A cada chuva, o cenário de destruição da via volta a ser uma dor de cabeça para a comunidade, que demanda que a área seja asfaltada. O Campo Grande News pediu um posicionamento à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e aguarda resposta. Problema antigo – Em janeiro, moradores do Parque Atlântico ficaram ilhados quando a Rua Sereia foi completamente alagada e apresentou um grande buraco. A prefeitura enviou equipe de manutenção ao local no dia seguinte. Na noite do dia 5 de fevereiro, o bairro voltou a ser notícia no Campo Grande News quando cerca de 100 pessoas protestaram em frente ao Autódromo Internacional Orlando Moura, na BR-262, saída para Três Lagoas, em Campo Grande. Eles reivindicavam melhores condições em ruas do Bairro Parque Atlântico. Na semana anterior, equipe da Sisep já tinha realizado ações emergenciais na via para tapar uma cratera aberta pela chuva. No dia seguinte à manifestação, a prefeitura realizou o cascalhamento da rua. De acordo com a moradora Marília Cavalheiro Alves, soluções paliativas não são suficientes. “Precisa asfaltar. Passar patrola e aterrar não vai resolver porque a cada chuva abre mais o buraco. Cada vez fica mais feio e nossas crianças estão pagando o pato. Eu me sinto triste porque a gente paga imposto tudo certo e estamos sendo esquecidos. É o futuro das nossas crianças e ninguém toma providências”, desabafa Marília. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
“Ônibus está quase tombando”: rua esburacada impede 12 crianças de irem à escola
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