Cirurgias ortopédicas feitas por equipes particulares e bancadas com dinheiro público, em 2023, viraram alvo de inquérito do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Edital publicado hoje (25) torna oficial o procedimento. A suspeita é que o Estado de Mato Grosso do Sul e a Prefeitura de Campo Grande tenham sido omissos ou inertes na hora de contestar valores exorbitantes apresentados em orçamentos. Isso será investigado. As operações particulares são pagas pelo poder público quando um paciente do SUS (Sistema Único de Saúde) procura a Justiça alegando demora no atendimento. A decisão depende da gravidade do caso e do tempo de espera. Nesse tipo de ação judicial, devem ser apresentados três orçamentos diferentes, pelo menos. O MPMS suspeita que “médicos distintos estão apresentando orçamentos com valores expressivos”. A reportagem pediu mais informações sobre o inquérito, que está fechado para consulta, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria. A Procuradoria-Geral do Município de Campo Grande e a Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul foram questionadas, mas não se manifestaram sobre a suspeita. Procuradora já acusou médicos e empresas – Ao responder ação do MPMS que corre na Justiça de Mato Grosso do Sul desde abril do ano passado, cobrando o Município de Campo Grande sobre fila para consultas e cirurgias ortopédicas que não diminuem, a Procuradoria-Geral do Município apontou a existência de “esquema” para médicos e outros profissionais conseguirem no Judiciário um meio de conseguir “melhores lucros”. A procuradora municipal, Viviani Moro, se manifestou no processo apontando que valores de R$ 50 mil a quase R$ 600 mil são “conquistados” por meio de ações que obrigam o poder público a pagar cirurgias em instituições particulares. “Desde a judicialização da saúde, inúmeros profissionais médicos e empresas e outros ‘profissionais’ encontraram nas ações meios para obtenção de melhores lucros”, ela escreveu. Viviane também argumentou que os mesmos profissionais não se interessam em realizar os procedimentos recebendo o que prevê a tabela usada na rede pública, porque ela está defasada desde 2013 e os valores são baixíssimos. “Por uma questão lógica, tais profissionais não se interessam em realizar o procedimento no âmbito do SUS, cujo custeio de tais procedimentos é pífio. E por mais que os serviços estejam contratualizados, o gestor público não possui finanças suficientes para subsidiar valores equiparados com os que são praticados no âmbito privado”, acrescentou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .