Olha, se você achava que já tinha visto de tudo no mundo dos jogos de dedução social, MISTERY chega pra dizer: “Segura essa caixinha de surpresas e boa sorte!” Mas calma, não vá se empolgando ainda – porque o verdadeiro mistério aqui é entender o que os devs estavam pensando quando lançaram isso.
Lançado pela Game Frontier, MISTERY cai de paraquedas na arena dos jogos de sobrevivência e dedução social, aquele mesmo campo minado que já tem Among Us, Project Winter, Dread Hunger e mais meia dúzia de clones. A proposta? Jogadores precisam coletar recursos, sobreviver ao ambiente e… claro, desconfiar até da própria sombra. O problema? Bem, a execução parece ter sido feita num Wi-Fi de padaria às três da manhã.
“Among Us encontra The Forest, mas só que sem o carisma”
Logo de cara, MISTERY tenta te seduzir com aquele discurso maroto de “sobreviva coletando recursos, construa defesas e evite os monstros”. Aí você entra no jogo e percebe que os maiores monstros são os bugs mesmo. E o sistema de combate? Ah, amigo, é como se o personagem tivesse passado super bonder nos sapatos — lerdeza digna de um idoso tentando correr maratona. A mira, então? Parece que o boneco tá com conjuntivite nos dois olhos.
O jogo até tenta te dar a tensão psicológica de “quem será o impostor?”, mas entre um bug e outro, você acaba é duvidando se quem tá sabotando a experiência não são os próprios devs.
“Gráficos 101: Como não impressionar ninguém”
Eu juro que tentei pegar leve aqui, mas MISTERY tem alguns gráficos que parecem ter sido renderizados em uma torradeira. O design dos personagens parece coisa de aula básica de modelagem 3D…
Felizmente, na ambientação é diferente. Apesar de não reinventar a roda, o jogo até consegue criar ambientes sombrios e densos que realmente contribuem para o clima de tensão e paranoia. As florestas são bem detalhadas, com iluminação dinâmica que cria sombras intrigantes e dá aquele toque de “algo pode estar te observando”. As partículas de neblina, os reflexos nas poças d’água e o ciclo de dia e noite funcionam bem para a proposta de um survival sombrio. Até os modelos dos monstros têm um certo charme grotesco — daquele tipo que você olha e pensa: “tá feio, mas é de propósito”. Em suma, se o objetivo era criar um ambiente hostil e imersivo, pelo menos visualmente eles chegaram perto.
E aí vem o som. Meu Deus, o som! Um bug de áudio torna o barulho do vento tão ensurdecedor que você se sente em plena tempestade de areia no Mad Max. Tentar se comunicar no chat de voz é tipo gritar na ventania do litoral paulista em julho — ninguém te ouve, e você ainda pega um resfriado.
“Tradução? Só se for pelo Google Tradutor bêbado”
E se você é do time BR querendo jogar em português, sinto muito. A tradução é digna daqueles memes clássicos de “all your base are belong to us”. Tem frases que parecem ter sido traduzidas por um robô em crise existencial. De qualquer forma, vamos lá, pelo menos o jogo está em português.
Comunidade Fantasma
Quer jogar online? Então, boa sorte. O lobby tá mais vazio que reunião de condomínio em feriado prolongado. O resultado? Você passa mais tempo esperando jogadores do que efetivamente jogando. E quando finalmente junta uma galera, metade cai no meio da partida porque os servidores têm estabilidade de gelatina no micro-ondas.
Prós e Contras
Prós:
- A ideia do jogo é interessante… em teoria.
- Se você conseguir juntar amigos e ignorar bugs, até rola umas risadas.
- Mistura mecânicas de sobrevivência e dedução social (ainda que mal polidas).
Contras:
- Bugs dignos de um beta não lançado.
- Tradução sofrível.
- Gráficos datados e design preguiçoso.
- Comunidade pequena — lobby mais vazio que sala de aula em dia de prova surpresa.
- Sistema de combate travado e sem fluidez.
Nota Final: 6/10
Olha, eu queria muito dizer que MISTERY tem potencial. Que é um diamante bruto. Mas, sendo sincero, é mais cascalho do que qualquer outra coisa. E o pior: ele até tem ideias legais – essa vibe de sobrevivência somada à desconfiança social podia ter dado certo. Mas, com os bugs, a jogabilidade travada e a comunidade escassa, o jogo vira mais um caso de “foi com sede ao pote e se afogou”.
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