Por mais fácil que seja, muito homem não lava direito o ‘amigão’

Você homem, já lavou o ‘amigão’ hoje? A pergunta pode parecer absurda, mas, acredite, a falta de higiene íntima é mais comum do que se imagina e uma das causas que leva homens a quadros de doenças
desagradáveis, dolorosas e muito sérias, tão sérias a ponto de aposentarem compulsoriamene o ‘jogador’. Entre muitos homens, comentar sobre a higiene íntima ainda causa constrangimento. O assunto parece causar desconforto e acaba sendo pouco debatido entre eles.  Igualmente raras são as visitas ao médico urologista, especialista da saúde masculina. Não tem jeito, o homem não dá atenção à saúde como deveria. Estimativa da Associação Brasileira de Urologia aponta que apenas 34% procuram o médico mesmo após sentirem algum sintoma ou desconforto. Nas tentativas de entrevista do Lado B , falar sobre como anda a limpeza ‘lá’ gerou risos sem graças. Mas, quem topou falar,  garantiu ter o ‘instrumento’ mais asseado do mundo. “Acho que cuido bem da minha higiene. Tomo muitos banhos, até por causa do calor de Campo Grande. Não deixo ficar fedido, o  máximo é um cheiro normal de suor”, comenta  um auxiliar administrativo de 24 anos, que pediu anonimato, assim como a maioria dos entrevistados.  O jovem revela que nunca foi ao urologista e reforça pensamento comum sobre visitar o especialista.  “Nunca senti necessidade, mas tenho a impressão de que deve ser uma situação constrangedora, sei lá”, relata. Quando o assunto é higienização do ‘camarada’, a fimose se destaca como principal motivo daquela limpeza que deixa a desejar. “A anatomia favorece o excesso de pele do prepúcio e isso reduz a capacidade de expor a glande. Para fazer a limpeza corretamente isso pode ser um problema. Alguns homens acreditam que é uma situação normal, mas não. Nesses casos, o indicado é a cirurgia de correção”, comenta o médico urologista Ari Miotto. Porém, mesmo entre homens que não têm fimose, o surgimento de doenças relacionadas à má higienização também lota consultórios. Afinal, qual o jeito certo de lavar o ‘companheiro’? Ari Miotto explica que os hábitos e o comportamento do organismo contribuem para a rotina determinar a rotina de cuidados. Para quem transpira muito ou está em ambiente insalubre, por exemplo, o indicado é lavar com água e sabão de duas a três vezes ao dia. Mas os cuidados vão além disso. “Secar bem também é extremamente importante. A umidade é uma das fontes de
infecção”, alerta.  Apesar da tarefa simples, há quem não cumpra os compromissos com as partes mais baixas. “Já tive pacientes com fimose tão intensa a ponto de evoluir para uma obstrução do canal urinário. Outros, onde o quadro de inflamação provocou acúmulo de secreção por baixo pele e desencadeou uma celulite, infecção grave que deixou o canal cheio de pus. Mas, as mais comum são infecções crônicas que inflamam a pele a ponto de provocar rachaduras e fissuras”, lembra. Segundo o urologista, as doenças genitais são lentas, progressivas e começam a partir de inflamações, ardência e coceiras. “Nessa fase muita gente opta por um tratamento caseiro, passa uma pomadinha, mas ali está  começando  uma doença que pode evoluir até para um câncer de pênis, aumentar a chance de sífilis, ser porta de entrada para HPV, e outras situações bem serias”, afirma. E se o mal cheiro aparece rapidamente, o sinal de alerta deve ser aceso. “Se uma pessoa lava de manhã e ao meio-dia já está com cheiro, isso sugere alguma coisa errada e é importante procurar um médico”, completa.  Pelos pubianos devem ser encarados como aliados à saúde por conta da proteção que oferecem ao corpo. “Não é recomendado que se tire totalmente ou raspe no zero porque isso aumenta a chance de problemas na pele da região genital. Os pelos protegem as áreas do corpo onde aparecem, por isso, o indicado é aparar”, finaliza.