No passado hitlerista foi “Tornar a Alemanha grande outra vez”. Hoje, o mundo se depara com “EUA grande outra vez”. Mas com o dinheiro dos outros. Sobretudo, com o dos aliados e amigos. As taxas de Donald Trump, não se equivoquem, tem objetivos mais ambiciosos que equilibrar a balança comercial, impulsionar a produção interna ou admoestar adversários ideológicos. Elas apontam para compensar os bilhões de dólares que sofrerão com os cortes de impostos prometidos aos contribuintes norte-americanos, sobretudo aos mais ricos. É uma mudança de paradigma. Inimigo número um do mundo? Durante décadas, os Estados Unidos financiaram seu espetacular crescimento e bem estar transladando sua astronômica divida aos demais países na velha jogada monetarista com o dólar – só para a China deve três trilhões de dólares. Não dá mais. Agora, Trump pretende que sejam outros a pagar os impostos que cortará. Só temos de ver se conseguirá sem dar um tiro no pé – a inflação poderá destruir os planos – em tornar-se o inimigo público do mundo inteiro. Como é a relação comercial entre o Brasil e os EUA? Os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil, depois da China. O Brasil exportou e importou valores similares dos norte-americanos em 2024, em torno de 40 bilhões de dólares. Apesar das esperanças da ultra direita brasileira, não estamos na alça de mira de Trump, como, por exemplo Canadá, México e Europa, que vendem muito para os EUA e deles pouco compram. Grosso modo, estamos na lista dos países que empatam compras e vendas. Produtos que vendemos com maiores lucros. Considerando os grupos de produtos comercializados, o ferro e o aço formaram o maior saldo comercial do Brasil com os EUA, em 2024. Esses itens já foram alvo de tarifas elevadas por parte dos norte-americanos, até 2024. No primeiro governo Trump, houve uma ameaça, nunca concretizada, de tarifas adicionais. Não foi como a esquerda propaga, consumada de fato. Ficou na gritaria trumpista. Particularmente, para o Mato Grosso do Sul, o único produto a colocar as “barbas no molho”, ter algum pequeno grau de preocupação, com o trumpismo é o setor da madeira, uma vez que as vendas de carnes são irrisórias. Sobre a carne de vaca, pelo contrário, há boas noticias para os pecuaristas brasileiros. Na terça-feira, o governo dos EUA anunciou outro brote de doenças que estão preocupando a vendagem de carne. Veja o gráfico abaixo: